sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Cientista recriam o DNA de homem morto há 200 anos

Cientistas recriam o DNA do primeiro homem negro a pisar na Islândia© iStock Cientistas recriam o DNA do primeiro homem negro a pisar na Islândia Não chega a ser uma versão humana de Jurassic Park, mas está quase lá. O DNA de um homem que morreu na Islândia em 1827 foi parcialmente recriado em laboratório a partir dos genes “disponíveis” em 182 de seus descendentes. O escolhido para voltar à vida, ainda que em escala molecular, é um ícone local, que tem até artigo na Wikipedia: Hans Jonatan, que em 1802 se tornou a primeira pessoa negra a pôr os pés na ilha gelada. A escolha não foi feita só pela importância histórica do fato, mas porque os genes de Jonatan, de tão raros na população do país, são fáceis de rastrear. A Islândia é um parque de diversões para quem estuda genética: foi colonizada há pouco mais de mil anos por pouquíssimas famílias de origem nórdica, e há um registro preciso de todas as árvores genealógicas desde então. Além disso, um banco de dados criado pela empresa deCODE contém os DNAs de 150 mil cidadãos – metade do total de habitantes. Isso torna possível rastrear com segurança o caminho de praticamente qualquer gene com o passar dos anos – uma tarefa que seria bem mais difícil em um lugar como o Brasil, em que há 200 milhões de pessoas e dezenas de etnias misturadas. Jonatan nasceu no Caribe, filho de uma escrava africana com um capataz nascido na Dinamarca. Serviu a marinha do país europeu durante as guerras napoleônicas, e pensou que seria libertado após o fim do conflito – além da escravidão ser proibida em território dinamarquês, seus serviços foram reconhecidos pelos superiores. Não foi tão simples: o juiz responsável por seu caso não concedeu a alforria, e ele foi obrigado a fugir para a Islândia. Os registros históricos, a partir daqui, são incertos, mas tudo indica que ele foi bem recebido na ilha, e logo conseguiu emprego como assistente de um cartógrafo. Ele se casou com uma nativa, chamada Katrín Antoníusdóttir, e hoje, mais de cinco gerações depois, o casal acumula 788 descendentes. Os pesquisadores da deCODE encontraram o DNA de 182 deles no banco de dados da empresa, e, isolando os genes de origem africana presentes na amostra, conseguiram deduzir 38% do código genético da mãe de Jonatan. O processo é descrito detalhadamente em um artigo científico, publicado na Nature. Esse é um detalhe essencial: metade dos genes de Jonatan, herdados de seu pai, eram europeus, e são mais difíceis de isolar da população. Sua mãe – que, ao que tudo indica, nasceu no atual território de Benin – é a única pessoa de origem exclusivamente africana envolvida no caso. Os genes que indicam ancestralidade negra, portanto, só podem ser atribuídos com segurança a ela. Como todo bebê herda metade de seus genes de cada membro do casal, encontrar 38% do genoma da mãe é o mesmo que encontrar 19% do genoma de Jonatan. Em teoria, afirmam especialistas, seria possível usar o método para reconstruir o DNA de qualquer pessoa, célebre ou não. Basta que ela tenha herdado a seus descendentes genes que se destaquem em um determinado grupo – uma tarefa não tão fácil.

domingo, 14 de janeiro de 2018

O que havia antes do Big bang

Ciência O que havia antes do Big Bang? Antes do Big Bang, não havia o que chamar de antes. Ou era o que todo mundo pensava... Por Rodrigo Rezende access_time 17 jul 2017, 14h26 - Publicado em 20 set 2010, 22h00 chat_bubble_outline more_horiz (pixelparticle/iStock) Há uma série de teorias está incendiando a ciência. E elas podem, finalmente, revelar o impensável: o que existia antes do começo de tudo. A explosão que deu origem ao Universo aconteceu bem aí, no lugar onde você está agora. Exato: no momento do Big Bang, todos os lugares estavam no mesmo lugar, ocupando um espaço bem menor que o pingo deste i. Fora desse minipingo não havia nada. E ainda não há. O Universo continua sendo só a parte interna do Big Bang. Não há nada lá fora. Nem tempo: passado, presente e futuro só existem aqui dentro. Difícil de imaginar, mas é a verdade: o dia do seu nascimento, do seu casamento e do seu funeral já estavam de alguma forma impressos naquele pingo de i. E continuam, em algum lugar do tecido cósmico. Fora dele é o “antes do Big Bang” – um limbo fora do alcance da ciência, ou da imaginação. Até por isso a maior parte dos cientistas acha perda de tempo pensar nesse limbo. Veja também NASA Ciência Do Big Bang ao Bangue-Bangue query_builder9 fev 2015 - 22h02 Mas não faltam pesquisadores com ótimas teorias sobre o que existe lá fora, sobre o que teria acontecido antes de o próprio tempo existir. E essas ideias vêm com um bônus: uma revolução filosófica, capaz de mudar tudo o que você pensava sobre a existência. Seja lá o que for que você pensava. (pixelparticle/iStock) 1. Um outro Universo No início, tudo estava tão espremido, mas tão espremido, que não tinha tamanho nenhum. O embrião do Universo tinha dimensão zero. É o que chamam de “singularidade”. E além da singularidade a ciência não consegue enxergar. O momento em que esse ponto começou a se expandir ficou conhecido como Big Bang. Na verdade, não teve “Bang”, porque a expansão não fez barulho – não existe som no vácuo e, pior, essa explosão que foi sem nunca ter sido não aconteceu nem no vácuo, mas em lugar nenhum. Nós estamos dentro dela agora. Desde lá o Universo se propaga como se fosse uma bexiga enchendo num ambiente além da imaginação. Um “lugar” aonde não dá para você ir, porque não existe espaço para o acolher. Você não “cabe” ali. O tempo também não existe lá. Seu relógio ficaria congelado. É o nada total. Absoluto. Rua do Bobos, número zero. Seja o fim do tempo, seja a singularidade, que comprime toda a existência num espaço de dimensão zero, tudo parece uma abstração sem sentido. Mas não. Para começar, as singularidades existem hoje mesmo. E são mais comuns do que parecem. Há um monte delas acima de nós agora mesmo. Dez milhões só na nossa galáxia. É que você as conhece por outro nome: buracos negros. Esses ralos cósmicos que sugam tudo o que aparece em seu caminho são basicamente pontos onde a força gravitacional é infinita. Para entender melhor um buraco negro, o melhor jeito é aprender a receita para construir um. Primeira parte: pegue 1 milhão de planetas Terra e funda todos eles até formar uma bolona, com massa equivalente à de 3 Sóis. Quanto maior a massa de alguma coisa, maior a gravidade. No caso da nossa bola, ela teria uma força gravitacional tão poderosa que nada teria como ficar em sua superfície sem começar a ser tragado para dentro do solo. Até a própria superfície começaria a ser engolida. Isso realmente acontece com as estrelas gigantes, bem maiores que o Sol, quando elas morrem. Nesse processo digestivo, a bola vai diminuindo de tamanho e fica cada vez mais densa. A força gravitacional também se concentra, puxando mais matéria ainda para o centro da bola. Uma hora a gravidade vai ter sugado tudo. Mas não vai deixar de existir. Será um ponto de dimensão zero. Uma singularidade. Além daí, a ciência não consegue enxergar. Não dá para saber o que acontece “do outro lado” de um buraco negro. Aliás, perguntar isso é tão absurdo quanto questionar o que havia antes do Big Bang. Por causa do seguinte: grosso modo, quanto maior é a gravidade, menor é a velocidade com que o tempo passa para você. Se pudesse ficar ao lado de um buraco negro sem ser estraçalhado, um segundo ali equivaleria a zilhões de anos para quem ficou na Terra. Caso você entrasse em um e pudesse sair, veria que, lá fora, o Universo já teria acabado, mesmo que tivesse durado para sempre. Um buraco negro é o fim do tempo. Olhe para o céu e fite o centro da galáxia, onde vive mesmo um buraco negro gigante. Você estará vendo um ponto onde o tempo não existe mais. A semelhança entre o interior de um buraco negro e o Big Bang é tão violenta que qualquer criança se sentiria tentada a dizer que, no fundo, eles são a mesma coisa. Alguns físicos também. É o caso de Lee Smolin, do Perimeter Institute, no Canadá. Diante de tantas coincidências, ele propôs o seguinte no final dos anos 90: que a singularidade de onde viemos era nada menos que a singularidade de um buraco negro de outro Universo. O Big Bang foi o começo do tempo e do espaço, certo? No interior de um buraco negro o tempo e o espaço acabam. A ideia de Smolin, então, é que estamos do outro lado de um buraco que existe em outro Universo. Sendo assim, nosso Cosmos tem um pai, um avô… E filhos, nascidos de seus próprios buracos negros. Segundo Smolin, os universos-filho herdam as características cosmológicas dos universos-pai, mas com pequenas variações. Ele não tirou isso da imaginação, mas da Teoria da Evolução. Darwin mostrou que seres vivos nascem com mutações que podem melhorar ou piorar suas chances de deixar descendentes. Essas variações podem fazer surgir mais buracos negros ou menos dentro do universo-filho. Nisso, os Universos mais aptos – ou seja, os que criam mais buracos negros – se reproduzem mais. E compõem a maior parte da população de Universos. Se Smolin estiver certo, quem olhasse esse conjunto de Universos do lado de fora veria uma grande árvore da vida, como as que decoram esta página. Uma boa teoria para o que havia antes do Big Bang. Mas ela não responde o que teria dado origem ao suposto “primeiro universo”. Para isso, temos que ir mais longe. Ao item 2. (Atypeek/iStock) 2. Choque de titãs Com vocês, a Teoria das Supercordas. Resumindo bem, ela diz o seguinte: todas as partículas fundamentais (as indivisíveis, que compõe o átomo) são cordinhas vibrantes. Se vibram em um certo “tom”, dão origem a um tipo de partícula – um elétron, por exemplo. Em outro tom, geram um quark… E por aí vai. Até compor o punhado de partículas que forma todo tipo de matéria e energia que há por aí. Para que isso aconteça, segundo a teoria, as cordas precisam vibrar em mais dimensões do que as 3 de espaço que conhecemos, caso contrário não atingem os tons que eles imaginam. E esse é o ponto: a teoria das cordas abre as portas para dimensões extras. No finalzinho do século 20, cientistas partidários da teoria propuseram um novo modelo para o Big Bang com base nessa ideia de outras dimensões. Funciona assim: antes da grande explosão, o que havia eram espaços tridimensionais vagando sem nada dentro numa 4ª dimensão. Imagine os dados aí em cima como se eles fossem esses espaços – ou “membranas 3D”, como chamam os físicos. Eles vivem uns ao lado dos outros, no condomínio tranquilo da 4ª dimensão. Ninguém interfere na vida de ninguém, já que todos têm seu espaço tridimensional próprio. (cada um no seu cubo, hehe). Mas, de tempos em tempos, acontece um evento de dimensões cósmicas: esses espaços se trombam. A batida enche de energia o ponto da colisão. E ele explode em todas as direções dentro de uma das membranas 3D. Seria basicamente o que conhecemos como Big Bang. Mas nesse caso ele não teria vindo do nada. Seria o filhote de um choque de titãs cósmicos. Isso torna a origem de tudo um evento tão banal quanto um tropeção, possível de acontecer a qualquer momento. O problema: comprovar a existência das dimensões extras é hoje tão impossível quanto saber o que acontece dentro de um buraco negro. Como diz o físico Paul Davies: “Talvez os teóricos das cordas tenham tropeçado no santo graal da ciência. Mas talvez eles estejam todos perdidos para sempre na Terra do Nunca”. Hora de ir para uma terra ainda mais misteriosa. (Atypeek/iStock) 3. País das maravilhas Há chances de um evento bizarro acontecer neste momento: a SUPER atravessar o seu crânio. Isso é uma afirmação séria, da teoria científica mais comprovada – e mais difícil de entender – de todos os tempos: a física quântica. Apesar de ostentar o título de teoria mais esquisita e anti-intuitiva já concebida pela ciência, a física quântica ganha em exatidão de qualquer outra. Se o objetivo é descrever o comportamento de zilhares de partículas subatômicas fervilhando freneticamente a uma temperatura 10 trilhões de trilhões de vezes superior à do Sol, é quase impossível não usá-la. Ela funciona como uma espécie de superzoom em espaços menores que o núcleo de um átomo. Mas, às vezes, tem um efeito tão devastador quanto uma câmera de alta definição em um rosto cheio de rugas: revela todos os detalhes “deselegantes” que se escondem no interior da matéria. No mundo quântico, partículas surgem do nada e desaparecem. Esse micromundo é oscilante, assimétrico, caótico, descontínuo, imprevisível. Uma terra sem lei. Ou melhor, uma terra com uma única lei: a da probabilidade. Por isso, existe uma probabilidade não apenas de a SUPER atravessar sua cabeça mas de qualquer coisa acontecer. Um elefante aparecer na sua cozinha, por exemplo. Elefantes só não se materializam em cozinhas porque os efeitos quânticos acabam diluídos no mundo macroscópico. Muitas partículas teriam que surgir do nada, e em sincronia, para formar um elefante! É algo tão improvável que não merece consideração. Mas imagine o seguinte: o Universo inteiro é um megacassino onde cada partícula subatômica é uma roleta girando. Para ganhar algo no cassino, é preciso que, em um pedacinho do Cosmos, todas as roletas – e haja roleta: há 1 seguido de 100 zeros partículas no Universo! – tirem o mesmo número. Completamente impossível, não? A resposta seria sim, não fosse um detalhe importante: estamos tratando de escalas de tempo bem maiores que os 13,7 bilhões de anos do nosso Universo. Segundo os teóricos da física quântica, dependendo do tempo que se passa jogando, é possível que o resultado das roletas da flutuação quântica gere algo surreal: uma bolha de matéria e espaço que se expande rapidamente até se desprender do tecido original. Ou seja, acontece um Big Bang. Se as roletas quânticas derem sorte no novo Universo, nasce outro dentro dele. E assim, basicamente ao acaso, vão pipocando Universos, cada um confinado às próprias dimensões de tempo e espaço. Tudo isso soa esquizofrênico, é fato. Como assim partículas que somem, reaparecem e oscilam sem parar? O que causa isso nelas? Com a palavra, o físico David Deutsche: “Infinitos universos paralelos”. Segundo ele, a interação com partículas de outros Universos na escala subatômica é a única explicação plausível para a espécie de chilique eterno que assola o mundo quântico. O que havia antes do chilique? Deutsche não arrisca uma resposta. O que ele e outros físicos fazem é buscar sentido para a ideia dos Universos paralelos. E chegaram a uma hipótese insana: a de que vivemos neles. Assim: neste Universo você continuará lendo este texto daqui a um minuto. Num Universo paralelo, você achará melhor ir tomar um café. Aí, no momento que você decide se vai se levantar ou continuar lendo, sua consciência vai para o Universo que contém a realidade escolhida. Uau. Bom, só esperamos que, em algum lugar, exista um Universo com a resposta definitiva para o que havia antes do Big Bang. Mas cuidado: ela pode ser aterradora também. Como a do item 4. (Atypeek/iStock) 4. Uma máquina O Universo tem prazo de validade. Em alguns trilhões de anos, todas as estrelas vão ter se apagado. E tudo será um breu. Isso coloca uma questão: o que nossos descendentes vão fazer para escapar desse fim? A única resposta: construir um novo Universo, artificial. Uma simulação estilo Matrix, em outro tempo e outro espaço. Mas espera aí: e se já estivermos num Universo artificial agora? É que de duas uma: ou somos a primeira civilização inteligente e vamos construir nosso simulador de Universo um dia ou já estamos em um, feito em algum Cosmos que precedeu o nosso. “A probabilidade de estarmos vivendo dentro de uma simulação é próxima de 100%”, diz o filósofo Nick Bostrom, da Universidade de Oxford. Mas fica o conselho dele: “Qualquer um que mude a vida por causa disso se tornará um maluco solitário”. Tão maluco e solitário quanto este sujeito, o nosso Universo. Para saber mais Mundos Paralelos Mitchio Kaku, editora Rocco, 2009. O Tecido do Cosmos Brian Greene, editora Companhia das Letras, 2007.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Cientistas descobrem como detectar a quarta dimensão do espaço

Espaço Cientistas descobrem como detectar a quarta dimensão do espaço Redação do Site Inovação Tecnológica - 26/05/2006 Cientistas descobrem como detectar a quarta dimensão do espaço Quarta dimensão do espaço Dois cientistas norte-americanos acabam de publicar uma pesquisa que demonstra como detectar a quarta dimensão do espaço. Somando-se o tempo, passaríamos então a "ver" nosso universo em cinco dimensões. A teoria é, na verdade, um novo modelo para o entendimento da força da gravidade, uma alternativa à Teoria da Relatividade Geral, de Einstein. A demonstração matemática permitirá que os astrônomos testem a nova teoria da gravidade e as cinco dimensões do universo. Charles R. Keeton e Arlie O. Petters batizaram sua teoria de modelo gravitacional de branas de Randall-Sundrum de tipo II. Universo de cinco dimensões A teoria sustenta que o universo visível é uma membrana incorporada em um gigantesco universo, de forma muito parecida com uma alga-marinha flutuando sobre o oceano. Esse "mundobrana" ou "universobrana" tem cinco dimensões - quatro dimensões espaciais mais o tempo - comparado com as quatro dimensões - três espaciais mais o tempo - da Teoria da Relatividade Geral de Einsten. O modelo matemático apresentado prevê certos efeitos cosmológicos que, se observados, ajudarão os cientistas a validar ou rejeitar a teoria do mundobrana. Segundo eles, as observações poderão ser possíveis com a utilização de um telescópio espacial com lançamento previsto para os próximos anos. Se comprovada, o impacto de uma nova dimensão não se restringirá à Física. "Ela irá confirmar que há uma quarta dimensão no espaço, o que irá criar uma alteração filosófica em nosso entendimento do mundo natural," diz Petters. Branas e mundobranas Cientistas descobrem como detectar a quarta dimensão do espaço O modelo de um mundo de branas de Randall-Sundrum - batizado com o nome de seus criadores, Lisa Randall, da Universidade de Harvard e Raman Sundrum, da Universidade Johns Hopkins - consiste em uma descrição matemática de como a gravidade dá forma ao universo, diferindo da explicação dada pela Teoria Geral da Relatividade. A imagem ao lado é uma simulação em computador de como seriam as branas. Keeton and Petters centraram sua atenção em uma conseqüência gravitacional em especial da teoria do mundobrana, que a distingue da teoria de Einstein. A teoria do mundobrana prevê que buracos negros relativamente pequenos, criados quando o universo nasceu, sobreviveram até hoje. Os buracos negros, com massa equivalente a um pequeno asteróide, seriam uma parte da matéria escura. Como seu nome sugere, a matéria escura não emite e nem reflete luz, mas exerce uma força gravitacional. A Teoria da Relatividade Geral, por sua vez, estabelece que esses buracos negros primordiais não existem mais. "Quando nós calculamos a que distância da Terra poderiam estar os buracos negros do mundobrana, ficamos surpresos de descobrir que os mais próximos podem muito bem estar no interior da órbita de Plutão," diz Keeton. Petters acrescenta: "Se os buracos negros do mundobrana formarem apenas um por cento da matéria escura em nossa parte da galáxia - uma estimativa conservadora - poderá haver milhares desses buracos negros em nosso Sistema Solar." Encontrar um buraco negro Agora, para comprovar sua teoria de cinco dimensões, os cientistas terão que encontrar esses buracos negros. Eles demonstraram que pode ser possível detectá-los observando a radiação de outras galáxias que está vindo continuamente para a Terra. Cientistas descobrem como detectar a quarta dimensão do espaço Ao passar perto de um corpo com a força gravitacional tão forte quanto um buraco negro, essa radiação é afetada, formando um efeito chamado "lente gravitacional." Os cientistas estão particularmente interessados nos jatos de raios-gama que vêm em direção à Terra. Raios-gama de alta concentração originam-se, por exemplo, de explosões estelares. Ao passar perto de um buraco negro, esse raios sofreriam um padrão de interferência, que pode ser detectado. A técnica das lentes gravitacionais ja é comum em astrofísica, sendo utilizada, por exemplo, para se procurar por planetas extrasolares. Mas os cientistas descobriram que a "assinatura" da quarta dimensão espacial também aparece no padrão de interferência captado, surgindo como uma contração entre as "franjas" do padrão. Segundo os cientistas, o telescópio espacial GLAST ("Gamma-ray Large Area Space Telescope"), a ser lançado em Agosto de 2007, será capaz de medir esse padrão de interferência. Agora, é só esperar o lançamento do GLAST e aguardar que os cientistas façam suas medições. E, caso a teoria seja comprovada, preparar-se para ver a ciência dando os primeiros passos rumo ao conhecimento de um outro universo, intuído por muitos, mas até agora fugidio e insistentemente se escondendo de nossos mais apurados "sensores". Bibliografia: Formalism for testing theories of gravity using lensing by compact objects. III. Braneworld gravity Charles R. Keeton, Arlie O. Petters Physical Review D 24 May 2006 Vol.: 73, 104032 (2006) DOI: 10.1103/PhysRevD.73.104032

Eficiência energética da vida

Informática A incrível eficiência energética da vida Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/11/2017 A incrível eficiência energética da vida Será que foi a evolução que gerou a eficiência energética da vida, ou foi a eficiência energética que guiou a evolução? [Imagem: Zighuo.he/Wikimedia Commons] Evolução e computação Toda a vida na terra executa cálculos e todos os cálculos parecem requer energia. Esse assunto tem sido alvo de bastante controvérsia ultimamente, envolvendo o chamado Limite de Landauer. Alguns afirmam que pode ser possível fazer computação sem consumo de energia, enquanto outros acreditam que o Limite de Landauer não é tão limitador assim. Polêmicas teóricas à parte, Christopher Kempes se reuniu com colegas do visionário Instituto Santa Fé, nos EUA, para pesquisar o custo energético da computação biológica. Da ameba unicelular aos organismos multicelulares, como os seres humanos, um dos cálculos biológicos mais básicos, comuns em toda a vida, é a "tradução" - processar a informação em um genoma e escrevê-la na forma de uma proteína. Embora de fato consuma energia, a equipe conseguiu demonstrar que a tradução é um processo altamente eficiente do ponto de vista energético. Eficiência energética da vida Para entender como a vida evoluiu na Terra, Kempes defende que precisamos primeiro entender as restrições dessa evolução. Uma restrição que não foi amplamente estudada até agora é como as leis da termodinâmica restringem a função biológica, o que poderá nos dizer se a seleção natural favoreceu organismos com alta eficiência computacional. Para medir a eficiência energética da tradução - o processo biológico pelo qual a sequência de uma molécula de RNA mensageiro é utilizada para ordenar a síntese da sequência de aminoácidos que forma uma proteína -, a equipe partiu justamente do Limite de Landauer. "O que descobrimos é que a tradução biológica é cerca de 20 vezes menos eficiente do que o limite físico inferior absoluto. E isso é cerca de 100.00 vezes mais eficiente do que um computador," contou Kempes. A replicação do DNA, outra computação básica comum em toda a vida, consome cerca de 165 vezes mais energia do que o Limite de Landauer. "Isso não é tão eficiente quanto a tradução biológica, mas ainda é incrivelmente bom em comparação com os computadores," acrescentou. Agora a equipe pretende ampliar seus cálculos para verificar a eficiência termodinâmica de cálculos biológicos de alto nível, como o pensamento, e, finalmente tentar entender a importância que a eficiência energética tem para a seleção natural. "Em última análise, nós queremos conectar tudo isso com a teoria da ciência da computação, não só para explorar esse tipo de coisa para a ciência da computação, mas também para ver se a teoria da ciência da computação tem algo a nos dizer sobre as células," disse o professor David Wolpert, coautor da pesquisa. Bibliografia: The thermodynamic efficiency of computations made in cells across the range of life Christopher P. Kempes, David Wolpert, Zachary Cohen, Juan Pérez-Mercader Philosophical Transactions of the Royal Society A DOI: 10.1098/rsta.2016.0343

O futuro já aconteceu

O futuro já aconteceu Você sabe o que vai fazer hoje à noite? Faz idéia de como vão ser os seus bisnetos? E o dia da sua morte? Para a ciência, tudo isso já foi resolvido. E seu livre-arbítrio não existe Por Alexandre Versignassi access_time 31 out 2016, 18h51 - Publicado em 30 nov 2004, 22h00 chat_bubble_outline more_horiz Existe um lugar mágico, onde o tempo não passa no mesmo ritmo pra todo mundo. Nenhum relógio marca a mesma hora. E o futebol é um caos. Enquanto um torcedor vê o Ronaldo deles partindo para a grande área com a bola dominada, outro já viu o gol acontecer. Para alguns, o jogo ainda nem começou; para outros, já aconteceu há 50 anos. Um nó. Num mundo desses, o que ainda é futuro para você já estaria gravado na memória de outro. Seu filho pode nem ter nascido. Mas para o vizinho da direita ele já tem seis anos. Para o da esquerda, 20, e acaba de ser contratado pelo Real Madrid. Quer dizer, você pode ainda nem ter resolvido se vai ou não usar um contraceptivo hoje à noite. Mas não tem o que fazer: em 20 anos vai ser pai de um jogador milionário. Se isso já aconteceu para outra pessoa não tem mais como ser mudado. O que é passado já está escrito, certo? Então o futuro também está. E a liberdade de escolha, a sensação de livre-arbítrio, não passa de ilusão nesse lugar de futuro fixo. As pessoas têm tanto poder para determinar seu amanhã quanto uma pedra tem para escolher o dela. Esse mundo, por sinal, foi desvendado em 1905 por um funcionário público alemão, e, nos últimos anos, vem inspirando algumas das teorias científicas mais radicais da história. Coisas que deixam qualquer ficção no chinelo. Ah, mais dois detalhes: o nome do tal descobridor é Albert Einstein. O do lugar mágico, nem precisa dizer: a gente vive nele. O sonho de Einstein Vive sim. Só não temos esse problema com jogos de futebol e vizinhos que moram no futuro porque as maluquices do tempo na realidade que a gente enxerga são infinitesimais. Mas todas as propriedades do “mundo mágico” estão aqui mesmo: no fundo, nenhum relógio marca a mesma hora, ninguém vive o mesmo presente. Ou, como disse o alemão numa carta de 1955: “A distinção entre passado, presente e futuro é só uma ilusão, ainda que persistente”. Mas por que ilusão? Poucas coisas são mais concretas que a passagem do tempo. A gente nasce sabendo que as horas passam no mesmo ritmo pra mim e pra você, que corremos para o futuro juntos. Mas Einstein descobriu que não: no mundo de verdade a gente viaja pelo tempo toda hora. Seu próprio corpo é uma máquina do tempo. Bem menos potente que o De Lorean de De Volta para o Futuro, mas é. Einstein explicou que o tempo não é uma coisa etérea, mas um lugar. Uma dimensão por onde a gente caminha sem parar. Tipo: enquanto você está sentado, lendo esta revista, os segundos continuam passando, certo? Então é como se você cruzasse o tempo num trem invisível agora mesmo. Até aí, nada demais. Agora é que vem a sacada: o alemão estipulou que esse trem anda a uma velocidade que pode ser medida em “quilômetros por hora”: exatamente 1,08 bilhão de km/h, a velocidade da luz. E viu algo mais perturbador ainda: tempo e espaço são basicamente a mesma coisa. O casamento dos dois forma uma paisagem invisível: a do espaço-tempo. Então agora mesmo você pode dizer que está correndo à velocidade da luz através desse espaço-tempo. Claro que todo o 1,08 bilhão de km/h está sendo usado para mover só o tempo mesmo. Mas que você está a essa velocidade agora, está. Mas tem um problema: para Einstein, nada pode atravessar o espaço-tempo mais rápido que a luz. Então se você já corre a 1,08 bilhão de km/h na “metade tempo” dessa paisagem, não tem de onde tirar velocidade para a “metade espaço”. Mas espera aí. E se você levanta pra pegar um copo d`água? Vai precisar de uns 5 km/h na “metade espaço” para andar até a cozinha, certo? Essa velocidade tem de sair de algum lugar. Mas de onde? Da única fonte disponível: os motores que empurram o tempo. Então você tira 5 km/h de lá pra andar até a cozinha. E a velocidade com que você atravessa o espaço-tempo fica redistribuída: 10 km/h vão para o espaço e 1,07999… bilhão de km/h para a do tempo. A velocidade do tempo funciona que nem um banco. Ela empresta quilômetros por hora para tudo o que se move. Mas essa agiotagem tem preço: faz seu relógio perder velocidade. O tempo começa a passar mais devagar para você. E é aí que o mundo mágico de Einstein começa a dar as caras. Olha um exemplo de verdade: sentado na poltrona, você atravessa o tempo a 1,08 bilhão de km/h, já que seu trem está correndo a todo vapor, ok? Isso significa que 30 segundos vão passar em 30 segundos mesmo, sem mistério. Mas aí você arruma um Porsche e resolve sentar o pé na estrada. Chega a 180 km/h, por exemplo. Para Einstein, isso quer dizer que você pegou 180 km/h emprestados lá do banco do tempo. Então seu relógio fica andando mais lento: um período que durava 30 segundos cravados quando você estava imóvel vai ter passado em exatamente 29,99999999999952 segundos. Enquanto a Porsche acelera você, ela freia o seu relógio. Mas só o seu. Do lado de fora do carro a velocidade do tempo continua igual. E o resultado é insólito: depois de uma hora com o pé embaixo no carro você vai ter envelhecido 0,0000000576 milésimo de segundo a menos do que tudo o que está lá fora. Isso mesmo. Seu relógio “biológico” também andou mais devagar. Tudo envelheceu um pouco mais rápido que você. As pessoas, as pedras, o Sol, a galáxia de Andrômeda… Tudo. E em que “lugar” tudo é mais velho do que hoje? No futuro. Depois de uma hora a 180 km/h, você viaja 0,0000000576 milésimo de segundo para o futuro. Mas caramba. Tanta falação pra chegar nessa merreca? Pois é. O problema é que as velocidades que a gente vive no dia-a-dia são pequenas demais. Não dá para perceber esse efeito minúsculo delas sobre a passagem do tempo. Nem astronautas que já experimentaram velocidades de 40 000 km/h conseguiram fazer um rombo marcante no relógio deles. O crédito de 1,08 bilhão de km/h é generoso. Mas quando a velocidade aumenta muito, o empréstimo começa a fazer diferença no caixa. Se esse Porsche andasse a mais ou menos 1 bilhão de km/h, por exemplo, o seu “banco do tempo” entra à beira da falência. Agora o mundo mágico aparece de vez. Assim: imagine que alguém esteja num bar de beira de estrada. Chega um ladrão. São 12h15 e o bandido está nervoso, com um revólver apontado para o rosto do cara, pronto pra atirar. Então você passa com o Super Porsche pela rodovia, a 1 bilhão de km/h. Nesse momento, seu relógio também marca 12h15. Então o que você enxerga pela janela quando passa em frente ao bar? O homem sendo ameaçado? Não. Os 1 bilhão de km/h fizeram o tempo passar mais devagar para você, lembra? Quando o seu relógio marcar 12h15 já vão ser 12h30 lá fora! A velocidade maior fez o seu tempo dar uma bela freada. Só o seu, note bem. O do resto do mundo continuou correndo no ritmo de sempre. Você foi ultrapassado pelo tempo. Em outras palavras: viajou para o futuro. Então o que você enxerga quando passa em frente ao bar? Um cadáver. Ou o bandido preso… Seja o que for vai ver uma coisa que, para o homem que está com um revólver na fuça, ainda não foi decidida. Esse é o paradoxo: você e o rapaz ameaçado estão vivendo o mesmo instante. Um momento que os dois chamam de “agora”. Mesmo assim, o que para ele é futuro é uma coisa que já está gravada na sua memória. Faz parte do seu passado. E dá para ir mais longe. Einstein mostrou que distâncias muito grandes também acabam com a idéia de que exista um “agora” igual para todo mundo. Para alguém em outra galáxia, por exemplo, o momento em que você lê essa página pode ser entendido agora mesmo como um passado distante (veja quadro na próxima página). “A concepção dele sobre o que existe neste momento no Universo pode incluir coisas que parecem completamente abertas para nós, como o vencedor das eleições presidenciais dos EUA de 2100. Os candidatos ainda nem nasceram, mas na idéia dele sobre o que acontece exatamente agora já vai estar o primeiro presidente americano do século 22”, escreveu o físico Brian Greene, da Universidade Columbia, nos EUA, em seu livro The Fabric of the Cosmos (O Tecido do Cosmos), inédito em português. Parece estranho, mas para a ciência o ponto de vista de alguém num carro a 1 bilhão de km/h ou em outra galáxia é tão válido quanto o seu. Se ele é teoricamente possível, não pode ser desprezado. E aí vem o ponto crucial. Se dá para dizer que o nosso futuro já aconteceu. Que poder a gente tem para escolher como vai ser o dia de amanhã? Onde vai parar nosso livre-arbítrio? “Desaparece. O universo de Einstein, o da Teoria da Relatividade, não aceita a liberdade de escolha. O jeito como as nossas vidas se desdobram, do nascimento até a morte, está mesmo escrito. As escolhas que ainda vamos fazer já estão impressas no tecido da realidade. Tão impressas quanto as escolhas que a gente fez no passado” diz o filósofo especializado em física Oliver Pooley, do Centro de Filosofia da Ciência da Universidade Oxford, na Inglaterra. Não podemos fazer nada pra mudar o destino. Ok. Mas se coisas como o rosto dos seus netos e o dia da sua morte estão “impressas” na natureza desde sempre, seria exagero pensar que, algum dia, a ciência poderia usar a matemática e a física para prever isso e tudo o mais? “Não teria como. Mesmo que cada evento do futuro seja baseado numa fórmula matemática já determinada, e é o que eu acredito, não daria para a gente saber quais fórmulas são essas antes que os próprios eventos acontecessem”, considera o físico Gerardus Hooft, da Universidade de Utrecht e vencedor do Nobel de física de 1999. “Nenhum computador teria como decifrar a natureza, já que nada pode computar mais rápido que o Universo”, completa o holandês. Sir Roger Penrose, da Universidade de Oxford e considerado o maior especialista em Relatividade do planeta, concorda: “Mesmo que o mundo seja completamente determinado, como diz a teoria, ele certamente não é computável”. É isso aí: os horoscopistas podem tirar seus cavalos da chuva. Pelo jeito, o futuro vai continuar no breu, por mais que já esteja escrito em algum lugar. Mundos paralelos Mas tudo é determinado, então? Não exatamente. Existe mais um mundo mágico, onde o tempo e o espaço não fazem sentido. Um jogo de futebol por lá, aliás, seria ainda mais bizarro que o do mundo de Einstein: quando o Ronaldo de lá parte com a bola dominada, ele se divide em 10, 20, 30 Ronaldos. E cada uma dessas cópias chega ao gol por um caminho diferente. Mas aí vem o pior: nenhum torcedor consegue ver esse milagre da multiplicação. Cada um enxerga um único jogador, dando uma única arrancada. E agora, a bomba: nosso mundo também funciona desse jeito. Mas, pra tristeza das aspirantes a Daniela Cicarelli, só na escala das coisas absurdamente pequenas, a das partículas subatômicas. “Sub” mesmo: se um átomo fosse do tamanho da Terra, um elétron não seria maior que uma bola de futebol. A realidade de partículas que nem o elétron, a da física quântica, segue uma lógica que não faz sentido aqui no mundo das coisas grandes: tudo vive em um monte de lugares ao mesmo tempo. Se você fosse uma partícula subatômica, teria cópias-fantasma suas em Nova York, Paris e Plutão neste momento. Vocês estariam em lugares diferentes mais seriam a mesma pessoa, com a mesma consciência. Isso só não acontece porque as bizarrices do universo quântico não existem no mundo das coisas maiores – o dos átomos inteiros, moléculas, planetas… É como se a nuvem de cópias-fantasma das partículas fosse esmagada pelo “peso” das coisas grandes. Essa nuvem, afinal, é o que há de mais delicado e indeterminado. Os próprios equipamentos usados para detectar partículas acabam com ela. E tudo o que os cientistas conseguem ver quando tentam olhar para a nuvem de cópias-fantasma é uma partícula solitária. Essa sobrevivente aparece em qualquer parte da nuvem, num lugar impossível de prever. E seus clones somem, como se tivessem sido só parte de um sonho. Ou não. Muitos físicos acham que o nosso mundo é tão onírico quanto o subatômico. Para eles, quando algum pesquisador tenta olhar as infinitas partículas-fantasma da nuvem quântica e só consegue ver uma, não é que as outras evaporaram: é que o cientista se dividiu em cópias infinitas, espalhadas por universos paralelos! Exatamente. É o que diz a teoria dos Mundos Múltiplos, moldada pelo físico norte-americano Hugh Everett em 1957. Ela diz que, se a partícula solitária que surgiu daquela nuvem de clones pode aparecer aqui, lá ou acolá, você também pode. Uma versão de você em um universo vai encontrar a partícula aqui. Outra, em um segundo universo, encontra ela lá. Uma terceira, acolá. Sem limite nenhum. A idéia é que a gente vive numa infinidade de universos, cada um com a sua realidade particular. E o conjunto desses cosmos pode ser chamado de “Multiverso”: um lugar onde tudo o que pode acontecer vai acontecer. Tudo mesmo. Se você encontrou alguém atraente numa festa, por exemplo, e não teve coragem de puxar conversa, pode ter certeza que, em algum universo paralelo, uma cópia sua chegou nela. E levou um fora. Num terceiro, a cantada deu certo. Num quarto mundo paralelo, vocês se casaram. E por aí vai: com um sem-número de universos, as possibilidades da vida também seriam infinitas. Viu o que a gente tem aí? Um futuro aberto pra qualquer coisa. Justamente o que a Teoria da Relatividade não aceita. “Nem a Relatividade nem qualquer outra teoria em que uma decisão leva a um só resultado são compatíveis com o livre-arbítrio. Já o Multiverso, com seus inúmeros mundos, não tem esse problema”, diz o físico inglês David Deutsch, da Universidade de Oxford, maior defensor da teoria hoje. Bom, o que ninguém imagina é como a liberdade de escolha funcionaria nesse cenário sem bater de frente com Einstein. Uma hipótese, levantada por Greene, é que nós “pularíamos” entre um e outro universo paralelo cada vez que uma decisão fosse tomada. Tipo: se você resolve cantar aquela pessoa da festa, vai parar em um universo onde essa é a realidade já escrita. Se ela dá bola, vocês partem para um cosmos onde os dois ficam juntos. Como esses pulos transcendentais aconteceriam? Ninguém imagina. “O certo é que os conceitos de identidade pessoal e de livre-arbítrio teriam de ser interpretados num contexto mais amplo, já que infinitas cópias de você e de mim estariam espalhadas por universos paralelos”, escreveu o físico em seu livro. Você decide A teoria está aí, bonitinha. Mas cadê a prática? Bom, o jeito mais viável de tentar provar que os universos paralelos existem mesmo, segundo os apoiadores da teoria, é verificar se outras formas de matéria se comportam de um jeito tão bizarro quanto as partículas subatômicas, pelo menos em laboratório. Ou seja: ver se coisas realmente grandes também podem ficar em vários lugares ao mesmo tempo. Para alguns, isso seria como fazer as cópias que moram em outros cantos do Multiverso aparecerem por alguns segundos. Mais: deixaria claro que nossa identidade pessoal pode mesmo se repartir por uma infinidade de universos paralelos. Não faltam tentativas de fazer algo assim. O físico austríaco Anton Zeilinger, pioneiro nesse tipo de experiência, e que já colocou moléculas grandes, formadas por dezenas de átomos, em mais de um lugar ao mesmo tempo, estuda fazer isso com um vírus. Cientistas renomados, como Max Tegmark, do MIT, acham que isso pode provar a viabilidade dos universos paralelos. Para eles, se os vírus tiverem alguma forma primitiva de consciência, essa “mente” deles apareceria repartida em vários mundos. Daí para repetir a experiência com um corpo maior, como o meu ou o seu, seria questão de tempo. Fechou, não? Para vários físicos ouvidos pela Sapiens, não mesmo. O próprio Zeilinger é contra a idéia: “Pra mim, colocar luz, átomos ou até bactérias vivas em vários lugares ao mesmo tempo não prova nada sobre universos paralelos. Essa teoria, aliás, me parece mais uma tentativa desesperada de aplicar nosso conceito de realismo ao mundo quântico. Só isso”. O austríaco está em boa companhia: “Penso que a estrutura dos mundos múltiplos só exista por um tempo infinitesimal. Muitos consideram que o colapso deles é uma ilusão ou algo assim. Eu não: do meu ponto de vista, ela é expulsa da realidade por um processo físico real”, diz Penrose. Mas a teoria tem partidários de peso, como o alemão Dieter Zeh, que formulou boa parte da física quântica moderna: “É psicologicamente difícil para a maior parte dos cientistas aceitar interpretações como a dos universos paralelos. Mas acho que ainda não existem muitas possibilidades de derrubar essa hipótese”, afirma o cientista, da Universidade de Heidelberg. Só que até David Deutsch está entre os que acham “psicologicamente difícil” lidar com a teoria, pelo menos quanto ao poder que ela tem de abrir portas para o livre-arbítrio: “O Multiverso pode ser compatível com a liberdade de escolha, mas não consegue explicá-la. Não acho que estamos sequer perto de entender o que é, no fim das contas, o livre-arbítrio”. E você? De que lado fica? Toda a liberdade de escolha do mundo está aí pra você decidir. Ou não. Tempo x Espaço É preto no branco: quanto mais rápido você correr, mais lentamente o tempo vai passar. Mas só pra você. Se desse para chegar à velocidade da luz, você pararia o tempo. E toda a história do Universo passaria por você num piscar de olhos! Já quando você está parado é o tempo que corre à velocidade da luz Bem-vindo à Matrix Pensar que o futuro ainda não aconteceu é uma ilusão. Uma tão persistente quanto a idéia de que o Sol gira em volta da Terra. Pois é: se desse para espiar o Universo pelo “lado de fora”, a gente veria uma forma que nem a desse bloco. Ele representa o fluxo do espaço através do tempo, numa imagem em quatro dimensões. Mas não existe fluxo aí. Está tudo congelado: passado, presente e futuro acontecem todos juntos. Se a gente pudesse ampliar bem a imagem, apareceria Da Vinci pintando a Monalisa num canto, você lendo esta legenda agora em outro, a final da Copa de 2094, a morte do Sol… Tudo, do Big Bang ao fim do Universo, existe ao mesmo tempo. Este é o mundo de verdade Faça-se a luz Einstein não tirou suas idéias do nada. Tudo começou com um problema que atormentava os físicos do século 19: experimentos mostravam que a luz “foge” das coisas. Como? Bom, se dois carros estiverem lado a lado a 100 km/h eles ficam emparelhados, certo? Mas com a luz não é assim. Se você perseguir um raio ele sempre vai escapar a 1,08 bilhão de km/h, mesmo que você também esteja a essa velocidade! É como se ele fugisse. Para desvendar isso, Einstein propôs que a 1,08 bilhão de km/h o tempo deixa de existir (entre outras coisas). Isso deixou o comportamento da luz explicável. E muito mais: mostrou que tudo o que a intuição diz sobre o tempo e o espaço está simplesmente errado. Presente do indicativo Basta se movimentar para viajar no tempo. Se você andar estará um pouco no futuro em relação a alguém sentado. Sua noção de “agora” vai ser diferente da dele. Só não percebemos porque essas diferenças no tempo são infinitesimais no dia-a-dia Futuro do pretérito Já se a distância entre as pessoas aumenta, o lapso entre o que cada um pode considerar como “agora” faz diferença. Para um cidadão a 10 bilhões de anos-luz que se movimente em relação a nós, o mundo pareceria estar no ano de 2 100, por exemplo Multiverso Os universos paralelos vistos pelo “lado de fora” teriam uma cara assim. Seriam uma infinidade daqueles “tubos” da página 41, cada um representando um cosmos com sua história já escrita. Mas, como o número de universos seria infinito, todas as possibilidades de futuro seriam viáveis Vale a pena ler • O Universo Elegante, Brian Greene, Cia das Letras, 1999 • The Fabric of the Cosmos, Brian Greene, Knopf, 2004 • The Fabric of Reality, David Deutsch, Penguin, 1984 • The End of Time, Julian Barbour, Oxford, 1999 • About Time, Paul Davies, Simon & Schuster, 1995

Sete descobertas cientificas importantes de 2017

7 acontecimentos e descobertas que fizeram de 2017 um ano incrível para a ciência Logotipo do(a) BBC Brasil BBC Brasil 6 dias atrás COMPARTILHAR COMPARTILHAR TWEETAR COMPARTILHAR EMAIL Eleito melhor do mundo, Cristiano Ronaldo também esbanja quando o assunto é carro; conheça a garagem do craque - Foto: Reprodução/InstagramCR7 esbanja quando o assunto é carro: veja garagem © Ilustração de TRAPPIST-1: NASA/JPL-CALTECH O ano que termina foi marcado por descobertas incríveis no mundo da ciência, algumas delas consagrando técnicas revolucionárias para salvar vidas ou observar fenômenos no espaço, e, nesse caso, a ajudar a entender melhor o Universo. Foi o ano do "sacrifício" da Cassini, a sonda que desvendou segredos de Saturno, mas também o ano da descoberta de um sistema planetário com sete planetas semelhantes à Terra orbitando um mesmo sol. Além disso, foi em 2017 que cientistas conseguiram desativar genes defeituosos no embrião abrindo uma importante frente na luta contra doenças hereditárias fatais. O estranho asteroide em forma de caveira que vai voltar a passar perto da Terra em 2018 O que determina a cor, o tamanho e as outras características de seu passaporte? Relembre os principais destaques da ciência no ano, alguns dos quais prometem muitas novidades em 2018. 1. Colisão de estrelas confirma previsão de Einstein © Foto: PA Para a comunidade científica, 2017 entrará para a história como o ano das ondas gravitacionais. Em agosto, astrônomos dos observatórios Ligo, nos Estados Unidos, e Virgo, na Itália, conseguiram observar pela primeira vez a colisão entre duas estrelas mortas, ou estrelas de nêutrons, graças à detecção de ondas gravitacionais - flutuações no espaço-tempo previstas por Einstein há mais de um século. A primeira detecção das ondas gravitacionais fora anunciada em 2016, quando o observatório Ligo descreveu o fenômeno após analisar a fusão de dois buracos negros distantes. Na época, o evento foi considerado o início de um novo ramo da astronomia, que usa as ondas gravitacionais para coletar dados sobre fenômenos que ocorrem a grandes distâncias. A de agosto de 2017 foi a quarta vez na história em que eram detectadas ondas gravitacionais, e a primeira observação, por observatórios do mundo todo, de uma colisão de estrelas de nêutrons, o que levou a revista Sience a escolher o evento como a descoberta do ano. "A explosão confirmou vários modelos-chave da astrofísica, revelou como surgiram vários elementos pesados e testou a Teoria da Relatividade (de Einstein) como nunca antes", justifica a Science. A colisão ocorreu em uma galáxia na constelação de Hidra. Alguns dos fatos ligados ao evento são impressionantes. Por exemplo, as estrelas de nêutron são tão densas que uma colher de chá de uma delas pesaria um bilhão de toneladas. Os pesquisadores também confirmaram que este tipo de colisão estelar é a origem do ouro e da platina no universo. "Essas estrelas são um laboratório de física extrema: é um material exótico, rico em nêutrons; e, quando são desmembradas, gera-se radiação exótica (...) que produz elementos como o ouro. É algo muito empolgante", explicou o astrônomo inglês Martin Rees na ocasião da descoberta. Misteriosa morte de modelo holandesa reacende debate sobre riscos das drogas no mundo da moda 2. O mergulho final da Cassini © Foto: NASA/JPL-CALTECH 1 A sonda Cassini chegou às proximidades de Saturno em 2004. Nos 13 anos em que esteve ativa, os dados coletados por ela transformaram nossa compreensão do planeta e de suas luas. O veículo descobriu gêiseres espirrando água de um oceano subterrâneo no satélite gelado Encélado, observou de perto os mares e lagos de metano na maior lua de Saturno, Titã, e testemunhou uma tempestade gigantesca que circundou o planeta dos anéis. Mas a Cassini começou a ficar sem combustível, e a Nasa decidiu que era melhor destruir o satélite na atmosfera de Saturno, para que ele não colidisse com uma das luas, por exemplo, e a contaminasse com micróbios terrestres. No dia 15 de setembro, a Cassini mergulhou nas nuvens do planeta e se rompeu por completo - e ainda conseguiu mandar dados durante seus últimos momentos. Enquanto isso, cientistas da Nasa acompanhavam, emocionados, o fim da missão de mais de uma década. 3. Um iceberg gigante se forma © Foto: Copernicus Sentinel 1 Data/Bas 1 Em meados de julho, pouco depois do anúncio de Trump, um dos maiores icebergs já registrado pela ciência se desprendeu da plataforma de gelo Larsen C, na Antártida. Os cientistas já vinham acompanhando o aumento de uma imensa rachadura na superfície do gelo há uma década. O bloco imenso de gelo cobria uma área de cerca de 6 mil km² - e representava cerca de 12% da plataforma Larsen C. A formação de icebergs das bordas de plataformas de gelo é comum. No entanto, os pesquisadores dizem que a Larsen C está, agora, em seu menor tamanho desde o fim da última Era do Gelo, há cerca de 11.700 anos. Ainda será preciso estudá-la mais para entender como a plataforma está respondendo ao aquecimento global. O futuro da plataforma também é incerto, mas, se ela entrar em colapso, poderia liberar geleiras com água suficiente para aumentar os níveis globais dos oceanos em um centímetro. 4. Edição genética contra doenças © Foto: OHSU 1 Pela primeira vez na história, uma equipe de cientistas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul conseguiu corrigir, em embriões humanos, um gene defeituoso responsável por uma doença cardíaca mortal hereditária que afeta uma a cada 500 pessoas. Eles usaram a técnica da edição genética. A doença, chamada de miocardiopatia hipertrófica - pode fazer com que o coração pare de bater, provocando uma morte súbita. Ela é causa por um erro em um só gene (uma instrução no DNA) e qualquer pessoa que o tenha tem 50% de chances de transmiti-lo a seus filhos. A nova técnica de edição do gene, realizada durante a concepção do embrião na fertilização in vitro, foi desenvolvida no ano passado na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e é descrita como uma "cirurgia química" de precisão. O procedimento abre a porta para a prevenção de cerca de 10 mil distúrbios que são transmitidos de geração a geração, segundo os pesquisadores. Em setembro, outra equipe - desta vez da China - disse ter conseguido corrigir embriões humanos que continham o gene recessivo de uma doença hereditária do sangue conhecida como talassemia. Neste caso, as duas cópias do gene (a que vem do pai e a que vem da mãe) contêm a mutação. 5. Sete planetas como o nosso © Foto: NASA/JPL-Caltech 1 Em fevereiro, cientistas relataram a descoberta de um sistema planetário com sete planetas de tamanho similar ao da Terra. Todos orbitavam uma estrela chamada de TRAPPIST-1, que fica a 41 anos-luz do Sol. A estrela - fria e com pouca massa - fica na constelação de Aquário. É a primeira vez que são descobertas estrelas de tamanho tão semelhante ao nosso orbitando a mesma estrela. Isso poderia indicar que a Via Láctea está, na realidade, repleta de corpos celestes que se parecem, em tamanho e relevo, ao nosso mundo rochoso. Três dos planetas da TRAPPIST-1 estão na chamada zona habitável, órbitas relativamente temperadas onde a água pode permanecer líquida na superfície. Estes são alguns dos planetas mais interessantes para serem explorados nos próximos anos. Se pode haver água, pode haver alguma chance de vida. 6. Um novo membro da família © Foto: Philipp Gunz/MPI EVA Leipzig 1 Em julho, pesquisadores revelaram os fósseis de cinco humanos pré-históricos encontrados no norte da África que mostravam que a nossa espécie, o Homo sapiens, teria surgido ao menos 100 mil anos antes do que se acreditava. A descoberta indica que nossa espécie não teria se desenvolvido em um único "berço" no leste da África. Na verdade, os humanos modernos poderiam estar evoluindo na mesma direção em todo o continente. O ano de 2017 também teve outras grandes notícias no campo da evolução humana. Pesquisadores chamaram a atenção de todo o mundo quando, em 2015, mostraram os restos de 15 esqueletos parciais pertencentes a uma nova espécie de humano, o Homo naledi. Na época, no entanto, eles não conseguiam determinar com certeza a idade dos ossos - alguns traços sugeriam que eles pudessem ter até 3 milhões de anos de idade. Este ano, o líder da equipe, Lee Berger, anunciou que os fósseis tinham entre 200 mil e 300 mil anos. Longe de ser um ancestral do Homo sapiens, o Homo naledi pode, na verdade, ter convivido com membros da nossa espécie. 7. O visitante interestelar © Foto: ESO/M. Kornmesser 1 Mesmo prevendo há anos que seríamos visitados em algum momento por um asteroide interestelar, 2017 foi a primeira vez em que vimos um. Descoberto por uma equipe de cientistas usando o telescópio havaiano Pan-Starrs em outubro, o objeto foi batizado de "Oumuamua", que significa "mensageiro de longe que chega primeiro" na língua local. Sua velocidade e trajetória foram os primeiros indicativos de que ele vinha de fora do nosso Sistema Solar. Mas o Oumuamua não é só o primeiro visitante de fora, mas também um dos corpos celestes mais longos que já se viu. Seu formato, semelhante a um charuto, chamou a atenção dos pesquisadores. Uma campanha de observação do objeto usando os telescópios mais potentes do mundo mostrou que ele não levava algum tipo de tecnologia inteligente, mas que poderia conter água em seu interior. Ao medir a maneira como o Oumuamua reflete a luz do sol, os pesquisadores concluíram que ele é semelhante a objetos gelados do nosso próprio sistema solar, que estão cobertos por uma camada seca.

Cientistas se aproximam da vida artificial com o primeiro cromossomo sintético

BIOLOGIA Cientistas se aproximam da vida artificial com o primeiro cromossomo sintético Por: Casey Chan 28 de Março de 2014 às 11:13 COMPARTILHE 413 0 Uma equipe internacional de cientistas fez um grande avanço na biologia sintética: eles foram capazes de inserir um cromossomo personalizado em levedura de cerveja. Isso criou um organismo vivo que transmite genes artificiais para seus descendentes. Ou seja, estamos mais perto de criar vida artificial. O cromossomo é uma estrutura composta principalmente por DNA. Cientistas já haviam criado cromossomos para bactérias e vírus, mas esta é a primeira vez que um organismo mais complexo (com núcleo em cada célula) recebe um deles. O cromossomo artificial, chamado de synIII, foi criado através de computador por uma equipe de cientistas ao longo de sete anos. 60 graduandos uniram diversos filamentos pequenos de DNA para montar cadeias maiores de 750 a 1.000 “peças”. E as células de levedura com os cromossomos artificiais se comportaram normalmente. Mas, em tese, elas poderiam ser melhoradas e fazer coisas que células normais de levedura não conseguem. Jef Boeke, do NYU Langone Medical Center, liderou o estudo e diz que é possível “embaralhar os genes deste cromossomo como um baralho de cartas”. Isso permitiria criar novas versões da levedura para produzir remédios ou até mesmo produtos industriais. Além disso, os cientistas poderiam criar, no futuro, versões artificiais de todos os cromossomos em um organismo, criando assim a vida artificial. Patrick Yizhi Cai, da Universidade de Edimburgo, também participou do estudo e diz ao Guardian: “daqui a dez anos, poderemos sintetizar genomas todo dia”. Isso começaria com organismos mais simples, e poderia evoluir: um terço da sequência genética da levedura é igual ao DNA humano. O estudo foi publicado na revista Science. [National Geographic e The Guardian] Imagem por Lawrence Livermore National Lab