terça-feira, 25 de novembro de 2008

Henrique Silvanyar 25 de Novembro de 2008 at 11:54 AM Reply
Prezados colegas,
O cristianismo é filho bastardo do judaísmo com a religião romana. Proclama ser descendente do judaísmo, que não o reconhece nem sob ameaça de uma Ação de Reconhecimento de Paternidade, e despreza o seu parentesco com o romanismo que, já falecido, não está aqui para se defender.
Não vou defender o judaísmo, nem o romanismo, ou dizer que sejam melhor. São religiões tão tolas quanto as outras. Mas, devido à sua ascendência sobre o cristianismo, são capazes de jogar luz sobre ele.
Para começo de conversa, os judeus e os romanos documentaram fatos ocorridos naquela época, na região, e não há evidência da existência de Jesus. Nem uma palavra. O que existe mencionando Jesus são relatos posteriores descrevendo o que os cristãos estavam falando do seu semi-deus, e os evangelhos, que são muito posteriores e pseudo-epigráficos.Ao contrário de haver evidências que comprovem os evangelhos, que por si só já são aloprados e contraditórios, muitas passagens atribuídas a Jesus coincidem de maneira suspeita com fatos relacionados a outros quatro falsos profetas conhecidos pelos judeus. Os judeus tem uma suspeita bem fundamentada de que a vida de Jesus seja, de fato, um amálgama de passagens relacionadas a diversos indivíduos diferentes, e tudo isso colado por um monte de mentiras e interpretações ignorantes feitas séculos depois.
Quanto à morte na cruz, faço três considerações:
1) O autor que escreveu que Jesus morreu na cruz, viveu em uma região onde o estudo da astrologia era comum, e a "cruz", além de um meio romano de execução, também era um termo astrológico que se empregava para designar uma determinda época do ano. Portanto, se é que Jesus existiu, e se o texto menciona que a morte aconteceu “na cruz”, isso pode simplesmente informar não a forma da morte, mas ela ocorreu em determinada época do ano.
2) Como já foi mencionado anteriormente aqui no site, os povos antigos tinha a mania imbecil de achar que sacrificando pessoas, animais e bens eles apaziguariam os deuses. E os judeus praticavam isso bastante, e era um conceito muito aceito na mentalidade da época. Portanto, a idéia de que o sangue era necessário para lavar os pecados parecia natural, e pode ter sido usado pelos escritores cristãos, que poderiam ter incluído esse sacrifício inútil se achassem que era uma necessidade do roteiro.
3) A crucificação é uma execução romana e não hebraica. A punição para a heresia entre os judeus é a lapidação, isto é, o apedrejamento até a morte. Se ele tivesse mesmo existido e se considerado o filho de deus ou o messias na Judéia, e tivesse sido condenado, então quem o puniria seriam os judeus, e teria sido apedrejado até a morte. Mas, se este personagem foi crucificado, então o foi pelos romanos, e por um crime comum não relacionado à religião.
Para acabar, por enquanto, eu bato palmas para a criatividade, ousadia e a cara-de-pau dos escritores cristãos. Eles pegaram para fundador da religião um personagem fictício, nebuloso e dúbio. Até aí tudo bem, é até uma vantagem, pois significa que eles tiveram a chance de escrever qualquer coisa e atribuir a Jesus. Esquisito é que incluíram na biografia do personagem a extraordinária incompetência de ser pego e executado.Isso deveria ser o suficiente para acabar com qualquer religião que se dê ao respeito. Mas não aconteceu porque a vontade de acreditar era mesmo muito grande, afinal aquele povinho vivia numa grande M.
Então, eu bato palmas, porque requer habilidade fazer o que eles fizeram: transformar o defeito mais óbvio e o ponto mais fraco da religião em ponto forte.
Ao explicar a captura e vergonhosa execução do pretenso filho de deus como sendo um ato voluntário de auto-sacrifício e necessário para nos "salvar”, eles transformaram um personagem incompetente e derrotado em um semi-deus altruísta de quem seriamos todos devedores. Essa lorota tola e sentimentalóide foi transformada em um ponto fundamental da fé cristã.
Mas, afinal, qual o porquê desse sacrifício retardado, masoquista e inútil?Será que o todo-poderoso estava doentinho aquele dia e não tinha forças para só dizer: "OK, POVINHO, VOCÊS SÃO FODA, MAS EU VOU DAR OUTRA CHANCE PARA VOCES. VOCÊS TÃO PERDOADOS. VÊ SE NÃO ESTRAGAM TUDO DE NOVO!”
Ou será que afinal ele não é bonzinho coisa nenhuma e estava mesmo é com fome de um sacrificiozinho humano, ao estilo dos seus pares, os deuses astecas e maias?
E, afinal, salvo de quê, e devido a que faltas, e porquê isso seria tão importante para um ser eterno, todo-poderoso, fodão, matator e etc e tal ficar com tanta frescura com isso?
Quem conseguir não pensar nesses furos óbvios, e engolir a desculpa esfarrapada que os cristãos deram, terá a sua ingenuidade infantil recompensada com a chance de iludir-se, imaginando que tem uma propriedadezinha, lá no céu, esperando-o depois da morte.
Mas, cá prá mim, desconfio que esse lugarzinho no céu possa não ser tão bom assim, pois esses deuses cristãos são esquisitões e chegados num sado-maso…
Finalmente de volta estou, caro Marcus. Como vai você? Comigo tudo ótimo. Permita-me divulgar a mensagem abaixo, a qual não terá, talvez, nenhuma novidade para você, a exceção, claro, do fato de quem a escreve.
"30 ANOS PROFESSANDO A FÉ EVANGÉLICA; recusando-me a ser racional, para não ser incomodado com questões intuitivas sem solução, sentindo medo da represália divina, sem obter a resposta de muitas perguntas:
1. Por que o diabo se rebelou e nunca se arrependeu sabendo que o seu fim seria tão terrível?
2. Por que o diabo tomou esta absurda atitude, totalmente incoerente, principalmente para um ser tão inteligente que só perdia em perfeição para Deus?
3. Por que Deus não destruiu logo o diabo, no início, para proteger sua criação do pecado, ao invés de deixar para o final dos tempos, preferindo punir junto com ele um número incontável de pobres almas sofridas em um tormento cruel e para sempre?
4. Porque toda a humanidade tem que pagar pelo erro de uma mulher que veio depois a induzir ao mesmo erro seu marido?
5. Por que só o povo judeu era protegido e ensinado por Deus, e os demais povos, além de não serem ensinados eram aniquilados de maneira impiedosa e a mando deste mesmo Deus; uma vez que Ele próprio não faz acepção de pessoas, e considera todos iguais e “não há um justo se quer sobre a face da terra, ninguém que é digno dele”?
6. Por que, com tanto lugar no mundo para Deus levar os judeus, Ele escolheu justamente a cidade de Canaã que já era habitada e com a ordem expressa de matar a todos os habitantes daquele lugar para tomá-lo?
7. Porque, se a punição para o não crer em Cristo é algo tão terrível, Deus não se revelou ao homem de maneira inquestionável e em todas as gerações?
8. Por que Deus deixa outras religiões conviverem com a religião correta, sabendo que a escolha errada será penalizada com algo infinitamente pior que a morte?
9. Por que, se Deus sabia que a maioria não conseguiria crer em Jesus, os deixou vir ao mundo para um destino tão hediondo?
10. Por que, se Jesus disse que tudo que o homem pedisse ao pai em seu nome Ele daria, não é exatamente isto que ocorre?
11. Por que, se Jesus disse que se tivéssemos uma fé do tamanho de um grão de mostarda poderíamos mover até montes, ninguém consegue ter esta fé?
12. Por que uma punição perpétua para um pecado cometido por apenas algumas décadas?
13. Não seria injusto condenar para sempre um humanista, premio Nobel da paz, que nunca conseguiu, devido à razão ou outro motivo, crer em Jesus, e salvar um assassino em série que aceitou a Jesus no último momento de sua vida?
14. Não seria mais justo punir a ambos, respectivamente, um com uma severa advertência para prestar mais a atenção aos “sinais” e o outro com, por exemplo, 100 anos de reclusão com trabalhos forçados pelos seus crimes?
15. Por que Jesus disse que o final dos tempos seria para aquela geração e isso, obviamente, não se cumpriu?
16. Por que, se a vida já é tão difícil, penosa e triste para muitos, as pessoas ainda terão que sofrer por toda eternidade por não ter tido a chance ou não ter conseguido crer em Jesus?
17. Por que Deus matou pessoas inocentes no dilúvio, crianças e grávidas, (sem falar dos animais – mais inocentes ainda), e hoje, pessoas tidas como malditas pelo pecado de Adão e Eva “perdem seu tempo” protegendo da extinção um simples periquito raro?
18. Por que, se Jesus morreu por toda a humanidade e a salvação é gratuita (pela graça), todos não podem ser salvos?
19. Como será possível todos conhecerem o evangelho, para vir o fim, se nunca vai parar de nascer novos pecadores?
20. Por que, sabendo que os homens são suscetíveis ao erro de julgamento, que muitas vezes divagam em delírios, que mentem, e que em muitos casos, mal intencionados ou não, manipulam massas inteiras através da ignorância delas, devo crer que a bíblia é a palavra de Deus, uma vez que ela foi escrita por esses homens (que se dizem inspirados por Deus), e ao mesmo tempo, a mesma, não resolve estas questões cruciais que apontam para incoerências e erros graves de falta de ética, acima expostos?
Como já disse, eu calava meus questionamentos, fazendo a minha razão adormecer, invocando a fé que é dita como a forma de agradar a Deus. Foi preciso coragem para parar com essa hipocrisia contra mim mesmo e contra as outras pessoas a quem pregava.
EU CREIO QUE AQUELE QUE CRIOU A NÓS E AO UNIVERSO É PERFEITAMENTE JUSTO, DIGNO DE TODA HONRA LOUVOR E GRATIDÃO; E QUE TODO O PROBLEMA ESTÁ NA FALHA HUMANA AO TENTAR REVELAR DEUS DE FORMA INCORRETA."
Esta mensagem trata-se de algo que preparei para as pessoas que questionarem a minha mudança radical em relação à religião. Minha intenção em divulgá-la aqui é ajudar principalmente aqueles que estão numa posição semelhante a qual eu estava que era de auto-imposição de cegueira racional para não negar a fé, por causa do medo que me fora incutido ao longo de minha vida.
Quero registrar algo que julgo fundamental. Independente da posição religiosa creio que fui criado (não sou resultado do acaso) e creio que preciso amar o meu semelhante (respeito, consideração, piedade, honestidade, etc.). O argumento é simples: - Acredito que fui criado porque a complexidade do universo e dos seres somados a racionalidade dos homens me
Continuação da Mensagem - Segunda Parte
...sugerem isso; e que preciso amar porque se o que mais realiza as pessoas é o ser amada, e o que o mundo mais precisa para dar certo, é a existência do amor, isso só será possível se todos o fizerem uns com os outros.
Aguardo seu comentário, e até a próxima.
Terça, 30 de Setembro de 2008

Olá Marcus, com prazer retorno. Enquanto aguardo a resposta da minha última mensagem, quero registrar aqui mais uma sobre este assunto de religião que temos conversado. Mas antes quero parabenizá-lo pela sua disposição, inteligência, dedicação e coragem em divulgar idéias que nos influencia a valorizar a razão, a liberdade e a igualdade; valores estes que nos ajudam a melhorar, entre outras coisas, a nossa capacidade de amar ao semelhante.
Segue então a mensagem:
Acho que os cristãos são alegres demais para quem crê que a maior parte da humanidade irá sofrer perpetuamente no fogo do inferno (digo isso me referindo aos eventos de louvores que promovem com muito júbilo, coreografias, reuniões de banquetes e outras manifestações semelhantes). A não ser, claro, que só se preocupem com eles mesmos e não nutram sentimento compassivo por essas pobres almas infelizes que consideram condenadas. Ou talvez não creiam tanto nisso, pois se cressem para valer acho que não deveriam fazer mais nada na vida a não ser pregar este evangelho da salvação, dia e noite, movidos pela compaixão e pelo “ide” de Cristo.
Quanto a mim, que não creio mais nisso, me sinto aliviado, em paz e feliz, por mim e por toda a humanidade; e mais, também por poder ter certeza que quando eu ou outra pessoa fizer o bem a um próximo que não possa lhe retribuir, e em secreto, não será por apenas aqueles interesses celestiais e nem coagido pelo medo da cruel perdição, mas sim por sincero amor ou piedade; o que, aliás, é o que creio que Deus desejaria de nós.
Perdoem-me se pareço duro e incisivo, realmente não tenho a intenção de atacar, mas valho-me das melhores intenções nesta crítica.
MARIO CAMPOS DE JESUS
mariocamposdejesus@uol.com.br

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Será?

Será que deus não tinha algo melhor a nos oferecer? Diferente de sacrifícios dor e lágrimas? Afinal os momentos de felicidades são tão efêmeros, estamos sempre diante de algum problema, ás vezes insolúvel, e não me venha dizer que egoísmo de alguns é tamanho que possa ser feliz e se sente realizado com ele e esquecendo dos bilhões de bilhões que sofreram e sofrem os horrores da vida? Ah se pudesse resolver tudo? Ah se fosse onipotente? Tenha certeza o mundo não seria essa contradição que é, por certo não seria esta a minha escolha. Mas...

domingo, 23 de novembro de 2008

Ingersoll

"Tudo que a humanidade sofreu com as guerras, com a pobreza, com a pestilência, com a fome, com o fogo e com o dilúvio, todo o pavor e toda a dor de todas as doenças e de todas as mortes – tudo isso se reduz a nada quando posto lado a lado com as agonias que se destinam às almas perdidas. Este é o consolo da religião cristã. Esta é a justiça de Deus – a misericórdia de Cristo. Este dogma aterrorizante, esta mentira infinita: foi isto que me tornou um implacável inimigo do cristianismo. A verdade é que a crença na danação eterna tem sido o verdadeiro perseguidor. Fundou a Inquisição, forjou as correntes e construiu instrumentos de tortura. Obscureceu a vida de muitos milhões. Tornou o berço tão terrível quanto o caixão. Escravizou nações e derramou o sangue de incontáveis milhares. Sacrificou os melhores, os mais sábios, os mais bravos. Subverteu a noção de justiça, derriscou a compaixão dos corações, transformou homens em demônios e baniu a razão dos cérebros. Como uma serpente peçonhenta, rasteja, sussurra e se insinua em toda crença ortodoxa. Transforma o homem numa eterna vítima e Deus num eterno demônio. É o horror infinito. Cada igreja em que se ensina esta idéia é uma maldição pública. Todo pregador que a difunde é um inimigo da humanidade. Em vão se procuraria uma selvageria mais ignóbil que este dogma cristão. Representa a maldade, o ódio e a vingança sem fim. Nada poderia tornar o inferno pior, exceto a presença de seu criador, Deus. Enquanto estiver vivo, enquanto estiver respirando, negarei esta mentira infinita com toda minha força, a odiarei com cada gota de meu sangue." — Robert Green Ingersol – Livre pensador norte-americano (1833-1899)

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Como se sente culpado

As crianças aprendem que:-Todos são igualmente insignificantes e sem merecimento diante de Deus.-Você nasceu em pecado e é pecaminoso por natureza.-Não pense, não pergunte. Acredite.-Quem é você para questionar o padre, o pastor, o rabino?-Se você tem algum valor, não é por causa de alguma coisa que você fez ou fará, mas porque Deus te ama.-Submissão ao que você não pode compreender é o fundamento da moralidade.-Não tenha vontade própria. Auto-afirmação é o pecado do orgulho.-Nunca pense que você se pertence.-Em caso de conflito entre sua opinião e a das autoridades religiosas, é nas autoridades que você deveacreditar. Que auto-estima elas terão? Que tipo de sociedade pode resultar disto? (Nathaniel Branden,_The Six Pillars of Self-Esteem_,Bantam Books, (New York, 1994), p. 295-296)