segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

(Tamanhos mostrados são estimativas aproximadas , e aqui principalmente com a finalidade de ordenar os grupos, não fornecer um número definitivo. Esta lista é sociológica e estatística na perspectiva.)
1.Cristianismo : 2100 milhões

2.Islão : 1500 milhões

3.Secular / nonreligious / Agnostic / ateu : 1100000000

4.Hinduísmo : 900 milhões

5.religião tradicional chinesa : 394 milhões

6.Budismo : 376 milhões

7.primal-indígenas : 300 milhões

8.Africano e da diáspora tradicional : 100000000

9.Sikhismo : 23 milhões

10.Juche : 19000000

11.Espiritismo : 15 milhões

12.Judaísmo : 14 milhões

13.Baha'i : 7 milhões

14.Jainismo : 4,2 milhões

15.Xintoísmo : 4000000

16.Cao Dai : 4000000

17.Zoroastrismo : 2,6 milhões

18.Tenrikyo : 2000000

19.Neo-paganismo : 1000000

20.Unitário-Universalismo : 800 mil

21.Rastafarianismo : 600 mil

22.Cientologia : 500 mil

domingo, 27 de fevereiro de 2011

"A noção de 'Deus' foi inventada como antítese da vida - nela se resume, numa unidade aterradora, tudo o que é nocivo, venenoso, caluniador, todo o ódio da vida. A noção de 'além', de 'mundo verdadeiro' só foi inventada para depreciar o único mundo que há - a fim de não mais conservar para nossa realidade terrestre nenhum objetivo, nenhuma razão, nenhuma tarefa! A noção de 'alma', de 'espírito' e, no fim das contas, mesmo de 'alma imortal', foi inventada para desprezar o corpo, para torná-lo doente - 'sagrado' - para conferir a todas as coisas que merecem seriedade na vida - as questões de alimentação, de moradia, de regime intelectual, os cuidados aos doentes, a limpeza, o clima - a mais aterradora indiferença! Em vez da saúde, 'a salvação da alma' - isto é, uma loucura circular que vai das convulções da penitência à histeria da redenção! A noção de 'pecado' foi inventada ao mesmo tempo que o instrumento de tortura que a completa; a noção de 'livre-arbítrio', para confundir os instintos, para fazer da desconfiança com relação aos instintos uma segunda natureza."
Nietzsche, Ecce homo.

"[...] Se a história revela qualquer verdade categórica, essa verdade é que o desamor pelas provas concretas traz à tona o pior que há em nós. Acrescentem-se armas de destruição em massa a esse mecanismo diabólico e temos aí uma receita para a queda da civilização."
Sam Harris

Crentes, guerreai contra os infiéis que vivem ao vosso redor. Tratai-os com firmeza. Sabei que Deus está com os justos.
Corão 9, 123

Profeta, guerreia contra os descrentes e os hipócritas, e trata-os com rigor. O inferno será a morada deles: um mau destino.
Corão 9, 73

Os crentes que ficam em casa - exceto aqueles que sofrem de algum grave impedimento - não são iguais àqueles que lutam pela causa de Deus com seus bens e com sua pessoa. Deus deu àqueles que lutam com seus bens e sua pessoa uma posição superior àqueles que ficam em casa. Deus prometeu a todos uma boa recompensa; porém muito mais rica é a recompensa dos que lutam por Ele. [...] Aquele que deixa sua casa para lutar por Deus e pelo Seu apóstolo e encontra a morte será recompensado por Deus. [...] Os descrentes são vossos inimigos inveterados.
Corão 4, 95-101

Deuteronômio 13:6-10 "mate amigos e familiares que adoram outros deuses diferentes do teu"

Exodo 32:2 "Deus ordena que devemos matar qualquer um que trabalhe no sábado"

Deuteronômio 13:12-16 "mate todos os habitantes de qualquer cidade que encontre que adore a outro deus diferente do teu."

A vida fica bem mais fácil se você mantiver as expectativas de todo mundo baixas. Calvin and Hobbes

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Erros históricos na Bíblia
- Psicografia bíblica?



Nos últimos artigos temos vindo a analisar os erros históricos na Bíblia. Bem sabemos o quanto a imaginação humana é fértil (daí muitas histórias bíblicas não passarem de mera imaginação e serem altamente duvidosas e a invenção de histórias espetaculares para justificar a existência de muitos idiomas humanos) e, acima de tudo, o quanto “herrar é umano”, como nos mostram os erros que os autores bíblicos cometeram ao descurarem sobre a origem da mulher de Caim e a questão com nomes e renomeações.

Errar é portanto comum por parte de qualquer ser humano que viva nesta Terra, mas então e os que não vivem? O que dizer dos mortos? Poderão eles também ser autores de livros, tais como a Bíblia? Pode parecer um autêntico absurdo, mas a verdade é que, atentando aos textos bíblicos, conseguimos encontrar indícios de que temos mortos a escrever textos bíblicos, num verdadeiro caso de psicografia na Bíblia. Segundo os seus defensores, a psicografia corresponde à comunicação de entidades falecidas por intermédio de “médiuns” vivos através da escrita.

Seja qual for o caso, uma coisa é certa: a dor de cabeça para os apologistas bíblicos aumenta e muito com esta questão, pois mais uma vez as incoerências, contradições e faltas de clareza da Bíblia sobre todos estes aspectos trazem à tona uma questão que os seus céticos há muito sabem: a Bíblia é uma obra de caráter puramente humano e carregada de erros e contradições de toda a espécie e feitio.

“É coisa do Diabo!”… Mas até na Bíblia está presente!
Não deixa de ser irónico que a maioria dos judeus e cristãos fundamentalistas tenham um horror tão grande às doutrinas espiritualistas que defendem que é possível aos mortos se comunicarem com os vivos e depois quando folheamos a Bíblia que eles tanto apregoam encontramos mortos a escrever partes desta ou relatos de comunicações entre mortos e vivos. “É coisa do Diabo” apressam-se a dizer, não entendendo que ao dizerem isso estão a chamar “Diabo” a certas personagens personalidades bíblicas, tais como Moisés, uma peça-chave tanto do Judaísmo como do Cristianismo.



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Moisés escreve sobre a sua própria morte e enterro
•Bíblia:
Moisés, autor do Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia), escreve sobre a sua própria morte e enterro (Deuteronômio 34:5-8). Também Jesus confirma que Moisés é o autor do Pentateuco e que escreveu sobre ele (João 5:45-47).

•Comentário:
Apesar de nem todos os ramos do Cristianismo concordarem, é de aceitação geral que Moisés é o autor do chamado “Pentateuco”, ou seja, os cinco primeiros livros da Bíblia (conhecido pelos judeus como “Torá”).

As teologias judaicas e cristãs tradicionais concordam em atribuir a Moisés a autoria do Pentateuco (visto que até Jesus menciona que Moisés o escreveu, apesar de não sabermos o que raio quis ele dizer quando refere que Moisés escreveu sobre ele), mesmo que nele estejam descritos a morte e o enterro de Moisés.

Das duas uma, ou neste caso são obrigados a aceitar a existência da psicografia ou a aceitar o fato de que Moisés não é o autor do Pentateuco. O problema é que estas teologias tradicionais recusam-se a aceitar qualquer uma destas hipóteses, metendo mais uma vez a credibilidade da sua querida Bíblia em total xeque.

Também o Rei Salomão escreve um livro depois de falecer
•Bíblia:
O Rei Salomão reina em Israel durante 40 anos até à sua morte (1 Reis 11:40-42), seguindo-se o seu filho Roboão como novo rei de Israel (1 Reis 11:43). O Rei Salomão, autor do Livro de Eclesiastes, indica nessa obra que foi rei em Israel (Eclesiastes 1:12).

•Comentário:
Situação algo semelhante à de Moisés ocorre com o Livro de Eclesiastes. A sua autoria é em regra geral atribuída ao Rei Salomão e, apesar de haver quem discorde, a própria obra o confirma. O problema está no fato de Salomão mencionar que foi rei em Israel e não que ainda era (no momento em que escrevia aquelas linhas), visto que foi rei até à sua morte, tendo sido sucedido pelo seu filho Roboão. Ora, como pode alguém que foi rei durante 40 anos até à sua morte escrever uma obra depois de ter deixado de ser rei, sendo que isso só se verificou depois da sua morte?

Tal só seria mesmo possível ou através de psicografia ou através de um embusteiro que se fez passar pelo Rei Salomão para escrever o Livro de Eclesiastes. No caso de ser esta última a premissa verdadeira, lá se vai mais uma vez a inspiração divina e a credibilidade da Bíblia…

Elias escreve uma carta ao Rei Jorão a partir do Céu
•Bíblia:
Elias é arrebatado para o Céu (2 Reis 2:11). Josafá morre e o seu filho Jorão assume o reinado de Judá (2 Reis 8:16). O Rei Jorão recebe uma carta de Elias (2 Crônicas 21:12).

•Comentário:
Nada disto estaria completo sem mencionar o caso mais famoso de aparente psicografia na Bíblia: o caso da carta que o profeta Elias envia ao Rei Jorão de Judá… já depois de desaparecido! Desta vez não temos um autor a psicografar um livro bíblico de forma “póstuma”, mas um relato de psicografia ocorrido na história bíblica.

Este é um relato amado por adeptos das doutrinas espiritualistas tais como o Espiritismo Kardecista, pois segundo eles confirma que a comunicação entre mortos e vivos é possível e a própria Bíblia o revela, enquanto que para os apologistas da Bíblia tomada ao pé da letra este relato torna-se uma autêntica dor de cabeça, já que adquiriram para si mesmos a árdua tarefa de tentar explicar a sua lógica ao mesmo tempo pondo de lado a tal “comunicação com os mortos” que tanto abominam.

O problema prende-se com o fato de, seja qual for a desculpa esfarrapada que mais uma vez tentem arranjar, isso levanta-lhes sempre uma nova contradição, daí representar para eles mais uma dor de cabeça. O que o relato bíblico nos diz é que o profeta Elias desapareceu da face da Terra e foi arrebatado para o Céu num carro de fogo durante o reinado de Josafá em Judá. Com a morte do Rei Josafá, Jorão subiu ao trono de Judá. Alguns anos depois de começar a reinar em Judá, Jorão recebeu uma carta de Elias a profetizar um final terrível para este (doença incurável nos intestinos).

Claro que das duas uma, ou temos um erro cronológico (e lá se vai mais uma vez a inerrância bíblica) ou Elias escreveu a carta diretamente do Céu. A ser esta última hipótese a intenção do autor bíblico, resta aos apologistas admitir, para evitarem a hipótese de erro cronológico, que é possível aos mortos se comunicarem com os vivos. Eis as desculpas mais comuns apresentadas pelos apologistas bíblicos para “tapar o buraco” apresentado por este relato bíblico e a sua respetiva refutação:

“É sabido que os Livros dos Reis (que na Bíblia hebraica era apenas um e não era dividido em dois volumes como nas versões bíblicas modernas) não seguiam uma ordem cronológica rígida, logo a carta foi escrita e enviada por Elias ao Rei Jorão quando aquele ainda estava vivo.”

Talvez seja verdade que a cronologia apresentada nos dois Livros dos Reis nem sempre seja rígida, mas os estudiosos da Bíblia (os imparciais e não aqueles que a “estudam” à luz da sua fé e conveniência) sabem que segundo a cronologia bíblica Elias foi arrebatado por volta de 853 a.C., ou seja, no tempo em que Josafá era rei de Judá (cerca de 871-848 a.C.). Jorão sucedeu-lhe e reinou em Judá entre 848 e 841 a.C., tendo recebido a carta de Elias por volta de 842 a.C., ou seja, cerca de 11 anos depois do seu arrebatamento! Mesmo que haja cronologias trocadas noutros relatos dos Livros dos Reis, não há dúvida que esta é a ordem cronológica correta deste relato bíblico, pelo que jamais Elias pode ter escrito uma carta ao Rei Jorão quando ainda habitava na Terra.

“Elias não morreu, foi arrebatado para o Céu e lá permaneceu em carne e osso, pelo que não temos uma comunicação entre um morto e um vivo e sim entre vivos, apesar de um deles estar no Céu.”

Esta desculpa levanta um problema bastante delicado para os cristãos fundamentalistas: ao admitir isto, estão a negar que Jesus Cristo foi a única pessoa que subiu ao Céu em carne e osso. Nem é preciso dizer mais nada…

“A carta foi escrita quando Elias ainda estava vivo, mas apenas foi entregue a Jorão quando aquele já estava morto ou este profeta Elias era outra pessoa viva com o mesmo nome.”

Voltamos ao problema dos detalhes, tal como vimos na questão da origem da mulher de Caim. Tanto detalhe que a Bíblia nos apresenta e na hora de falar que o Rei Jorão recebeu uma carta de Elias não diz quem a foi entregar, como foi entregue, ou no caso de ser outro Elias porque é que tal não é mencionado, etc, etc. É assim tão difícil de admitir que este é simplesmente mais um dos muitos erros da Bíblia?…

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sahelanthropus tchadensisOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa
Sahelanthropus tchadensis[1]


Estado de conservação

Extinta
Classificação científica
Domínio: Eukaryota

Reino: Animalia

Subreino: Metazoa

Filo: Chordata

Subfilo: Vertebrata

Infrafilo: Gnathostomata

Superclasse: Tetrapoda

Classe: Mammalia

Subclasse: Theria

Infraclasse: Placentalia

Superordem: Euarchontoglires

Ordem: Primates

Subordem: Haplorrhini

Infraordem: Simiiformes

Parvordem: Catarrhini

Superfamília: Hominoidea

Família: Hominidae

Subfamília: Homininae

Tribo: Hominini

Subtribo: Hominina

Género: Sahelanthropus

Espécie: S. tchadensis


Nome binomial
Sahelanthropus tchadensis
Brunet et al., 2002

Sahelanthropus tchadensis, apelidado carinhosamente de "Toumai" é uma espécie de hominídeo descrita em 19 de julho de 2001 por Michel Brunet, com base num crânio que pode ser o mais antigo da linhagem humana, de mais ou menos 7 milhões de anos e pode ser a representação de um "elo perdido" que separou a linhagem humana da linhagem dos chimpanzés.

O nome genérico refere-se a Sahel, uma região da África que limita o Saara do sul, no qual os fósseis foram achados.

Esta descoberta poderá mudar o conceito que tínhamos da evolução humana que se iniciou com a descoberta do Australopithecus africanus, o "homem-macaco", em 1925. Porém, alguns pesquisadores, como Wolpoff, disseram ser o crânio de uma fêmea de gorila com traços primitivos. A discussão continuou até 2005, quando mais análises de tipos paleontológicos de Sahelanthropus foram publicadas por Brunet.

Hoje a comunidade científica aceita razoavelmente bem que este é o fóssil do hominídeo mais antigo já encontrado, com 7 milhões de anos. Trata-se de uma indicação de que a bipedalismo humano surgiu não na savana como se acreditava, mas na floresta tropical das imediações do Chade, hoje desérticas.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Alex Soletto

Isqueiro

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Última postagem: 22/5/2010
Membro desde: 15/2/2007



PERFIL
Formado em Comunicações Visuais pela Universidade Mackenzie e há 33 anos fotógrafo e jornalista, já publicou um livro com fotos suas e texto do Prof. Paulo Nogueira Neto, “Do Taim ao Chui”. Teve duas de suas fotos de capa da Revista IstoÉ laureadas com o Prêmio Esso, em 2000 e em 2002. Fez parte das equipes de jornalistas que criaram as revistas, Senhor, Hippus e IstoÉ Dinheiro. Amador curioso das Ciências em geral.

ALEXANDRIA, A BIBLIOTECA.


Não gosto de transcrever textos alheios, assim na integra. Mesmo que citações. Mas, acho que este vale a pena pela sua modernidade e qualidade intelectual do autor, um ser humano único. Um cidadão Cosmopolita (do Cosmos), como sonhava ser. Os trechos foram extraídos da obra clássica do astrônomo e pesquisador Carl Sagan, Cosmos. Cosmos foi produzido em 1975 para uma série da TV americana e posteriormente lançado em DVD em 2000. O trabalho mostra com maestria, um épico do nosso Universo. Através da filosofia, física, astronomia, história e de outras fontes do conhecimento, Carl Sagan faz um resumo impecável do passado, presente e possíveis futuros do Cosmos, com várias previsões feitas por ele, hoje confirmadas. Trata-se de uma obra-prima imperdível para quem é curioso a respeito da história da humanidade. O assunto abordado por nós está no quinto DVD da série, com o título principal de “O Futuro da Terra” e sub-título, A Biblioteca de Alexandria.

Biblioteca de Alexandria, O Centro da Ciência e do Saber da Antiguidade
A Biblioteca de Alexandria era praticamente uma extensão do Museu de Alexandria construído por Ptolomeu I Sóter (os Ptolomeus. Assim eram chamados os reis gregos do Egito, sucessores de Alexandre) e que teve o filósofo Demétrio de Falério, como seu primeiro incentivador. Mas foi Ptolomeu Filadelfo, o sucessor de Ptolomeu I, quem mais insistiu na importância do Museu e da Biblioteca, como símbolo da política e da cultura Grega. A data é incerta mas considera-se que tinha sido fundada em 280 a.C. e foi finalmente destruída em 416 d.C. Alexandria sob o domínio de Roma, em 48 a.C. tinha como freqüentadora, a princesa Cleópatra, amante de César. O próprio César acompanhava a princesa em visitas a biblioteca, e consta que realmente admirava aquela obra monumental, que continha um arquivo cultural imenso, construída a oeste do delta do rio Nilo e às margens do Mediterrâneo. Durante toda sua existência, a biblioteca sofreu vários ataques e destruições e sempre foi reconstruída. A mais famosa história foi protagonizada por Júlio César, que tentando matar seu inimigo, Pompeu, acabou por acidente, incendiando parte da cidade de Alexandria e a própria biblioteca. Esta passagem não é totalmente aceita pelos historiadores. Durantes seus anos de glória a biblioteca chegou a ter arquivados perto de 400.000 rolos de papiro. Alguns falam em pelo menos o dobro disso. Os papiros tinham em media, 25cm. de altura por 11m de comprimento. Nos seus acervos podia-se encontrar textos sobre matemática, astronomia, mecânica, medicina e outras fontes do saber. Escritos de Platão, Aristóteles, Zenão, Euclides e Homero. Arquimedes, Galeno, Ptolomeu (o astrônomo) e Hipátia, também faziam parte dos pensadores da antiga biblioteca. O velho testamento, o Pentateuco dos Judeus, estava por lá, em 70 manuscritos traduzidos do hebreu para o grego. Temos ai, alguns exemplos. Foi o primeiro centro de investigação da história do mundo. Hoje já não é pouco considerada a versão de que, sua destruição final foi ocasionada pelos árabes no ano de 642. O mais correto é que, Teófilo, um bispo radical de Alexandria fez uma última investida contra a biblioteca no ano de 416. Considerava-a como uma afronta ao cristianismo, onde via o paganismo e o ateísmo como representantes máximos do conteúdo da maior (mais importante) biblioteca jamais existente até os dias atuais. Abaixo em itálico, textos de Carl Sagan.

“No séc.III a.C., o planeta foi mapeado e medido com precisão por Eratóstenes, um cientista grego que trabalhava no Egito. Eratóstenes era o diretor da grande Biblioteca de Alexandria, o Centro da Ciência e do Saber na Antiguidade. Para um outro filósofo grego, Aristóteles, a humanidade dividia-se entre gregos e todo o resto, que ele chamava de “bárbaros”. Para ele, os gregos deviam manterem-se racialmente puros e que cabiam aos gregos a escravização de outros povos. Eratóstones criticava o chauvinismo cego de Aristóteles...
Alexandre foi retratado como um faraó, num tributo aos egípcios, mas na prática, os gregos achavam-se superiores. Mas os Ptolomeus tinham ao menos uma virtude: apoiavam o avanço do conhecimento.

A grande biblioteca ficava no Porto de Alexandria perto da sétima maravilha do mundo antigo, o Farol de Alexandria. Por isso era um local freqüentado por pessoas do mundo todo. Turistas, navegantes, negociadores e estudiosos. Todo tipo de conhecimento mais moderno da época acontecia ali, no porto de Alexandria. Todo conhecimento acumulado durantes séculos foi registrado e acumulado ali ao lado, na biblioteca de Alexandria. Nas palavras de Sagan: “ Aqui o termo “Cosmopolita” aplicava-se em seu sentido literal, de um cidadão não apenas de uma nação, mas do cosmos.

Sementes do Mundo Moderno
“Mas isso não aconteceu. Imaginem se a perspectiva humanitária de Eratóstenes tivesse sido adotada e aplicada para o bem comum. Aqui estavam as sementes do mundo moderno. Mas por que não floresceram? Por que o Ocidente permaneceu durante mil anos nas trevas, até Colombo, Copérnico e seus contemporâneos redescobrirem o trabalho feito aqui? Não posso lhes dar uma resposta simples, mas sei que não há durante toda a história da biblioteca de que algum dos ilustres estudiosos e cientistas daqui tenham em algum momento desafiado seriamente um único dogma político, religioso ou econômico da sociedade em que viviam. A perenidade das estrelas era questionada. A legitimidade da escravidão, não era”.

Il Gran Finale
Uma das grandes cabeças pensantes da biblioteca de Alexandria era a de uma mulher. Uma matemática. Hipátia. Talvez a primeira mulher a contribuir decisivamente no desenvolvimento da matemática. Hipátia era filha do filósofo Théon. Ela era uma representante da escola Neoplatônica, cujo fundador foi Plotinus. Hipátia representava e ensinava as diversas ciências nos salões da biblioteca. Em 412 Cirilo torno-se patriarca de Alexandria, quando Orestes era seu prefeito. Cirilo representando a Igreja era contrario as idéias modernas de Orestes. O prefeito Orestes e Hipátia eram simpatizantes e amigos. Por estas e outras razões, os cristãos viam na matemática um símbolo do paganismo. Seu trágico fim, como relata Carl Sagan abaixo representou ao mesmo tempo a intolerância da Igreja e a resistência de alguém que acreditava na importância do conhecimento como meio para uma evolução do próprio homem.

“Deixe-me falar sobre o fim. É a história da última cientista, astrônoma e física que liderava a escola da filosofia neoplatônica de Alexandria. Um conjunto de feitos incríveis para qualquer cidadão em qualquer época. O nome dela era Hipátia. Nasceu em Alexandria no ano de 370 d.C.
Naquela época, as mulheres não tinham muitas alternativas. Eram consideradas propriedades. Apesar disso, Hipátia movia-se livre e desembaraçadamente em domínios tradicionalmente masculinos. Embora não faltassem pretendentes, não tinha interesse nenhum em se casar. Alexandria era uma cidade em conflito. A escravidão já havia minado a civilização clássica. A Igreja Cristã em expansão estava consolidando seu poder e tentando erradicar a influência e a cultura pagãs. Hipátia estava no meio, no epicentro destas forças sociais. Cirilo, o bispo de Alexandria desprezava-a, em parte por ela ser muito amiga do governador Romano, mas também por que ela simbolizava o estudo e a ciência que a Igreja associava com o paganismo. Correndo grande risco, Hipácia continuou a ensinar e a publicar até que no ano de 415 a caminho do trabalho foi abordada por uma horda de seguidores fanáticos de Cirilo que a arrancaram de sua carruagem rasgaram-lhe as roupas e a esfolaram até os ossos usando conchas afiadas. Seus restos mortais foram queimados e suas obras caíram no esquecimento. Cirilo foi canonizado.
A Biblioteca de Alexandria e toda sua glória não existem mais. Foi destruída 1 ano depois da morte de Hipátia. Era como se uma civilização inteira tivesse se submetido a uma cirurgia cerebral. Suas memórias, descobertas e idéias foram extirpadas. Por exemplo, das 123 peças de Sófocles, só sobraram 7 delas. Uma deles é Édipo Rei. É como se as únicas obras de Willian Sheakspear fossem, Coriolano e Um Conto de Inverno. Embora soubéssemos que ele escrevera também Hamlet, Macbeth, Rei Lear e Romeu e Julieta. A história está cheia de pessoas que, por medo, ignorância ou sede de poder destroem tesouros de incomensurável valor, que na realidade pertencem a todos nós. Não podemos permitir que isso aconteça de novo”.

Bagdá, Hoje
Em 2003, a Bagdá tomada pelos americanos foi palco das preocupações de Carl Sagan. Embora não saibamos com certeza quem foram os responsáveis, sabemos que as tropas americanas não deram a devida proteção aos centros culturais, como museus e bibliotecas da capital iraquiana tomada. Resultados: como é comum em conflitos ou guerras, os vencedores se apropriam e mesmo destroem, símbolos do antigo governo deposto. Em abril de 2003 a imprensa mundial noticiou o saque ao Museu Arqueológico de Bagdá. No dia 14 do mesmo mês, perto de 1 milhão de livros foram queimados na Biblioteca Nacional. Parece que os exemplos dos incêndios de Alexandria, ou a queima de livros pelos nazistas, não ensinou nada aos homens. Os livros lamentam e Carl Sagan nos observa atônito, do Cosmos...

“Onde queimam livros, acabam queimando homens”.
Heinreich Heine.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Nina
Membro
Crer em deus é sinônimo de ir viver no paraíso, com o próprio deus. Se assim é, por que os religiosos rezam para viver e não para morrer ?
Por que em missas católicas, em determinado momento, as pessoas desejam a "paz de deus (cristo, sei lá)", umas às outras , se foi o próprio deus que, na bíblia, manda fazer guerras a matar barbaramente homens, mulheres e crianças ?
Se o deus do velho testamento era bárbaro e violento e Cristo veio para redimir os pecados e trazer a paz, por que ainda existe tanta violência em nome de deus ?
Se a própria bíblia diz que deus é imutável, ele ainda é violento e bárbaro, onde entra a paz de deus ? (Não em mim, por favor.)
Se deus é onisciente, por que ele precisa testar a fé dos homens ?
Se o diabo é sinal de todo mal, por que existem tantas morte mandadas por deus e quase nenhuma mandada pelo diabo ?
Se o diabo é quem causa o mal, ele causa mortes, se ele causa morte, ele não estaria ajudando os bons cristão a ir encontrar seu deus ?
Se deus é perfeito e tudo o que ele fez foi perfeito, por que existe (para quem acredita) o diabo ?
Se deus é onisciente, por que uma pessoa em perigo precisa rezar para conseguir ajuda ? Deus já não sabe disso ? Ele não sabia antes de a pessoa estar em perigo ? Se rezando a pessoa se salva, não rezando, ela morre e vai para o paraíso, deus "agir" seria certo ?
Se deus tem um plano para todos os humanos, uma vítima de estupro, foi estuprada por que deus quis...
Se deus tem um plano apenas para os humanos, uma pessoa que morre por ataque de animal, está fora dos planos de deus ?
Por que deus mandou salvar animais na arca de Nóe, se os animais não tem alma, não vão pro céu e nem todos servem de alimento ao homens, nãos eria mais fácil mandar salvar apenas aqueles que possuem serventia imediata, como bois, cabras, cavalos ?
Se deus mandou salvar animais que oferecem perigo ao homem em lugar de conforto, como hienas e leões, ele conhecia a teoria da evolução e o equilibio dos eco-sistemas através das populações de animais ?
Se acreditar em deus só demanda fé, por que os crentes entram em sites ateus e pedem provas ? Eles não tem fé o suficiente ?
Onde foi que Nóe guardou um casal de cupins? No bolso ? Quando deus mandou levar um casal de cada animal, Noé veio até a america latina buscar exemplares que só vivem aqui e depois voltou pra arca ?
NA época da Arca de Nóe, todos os continentes estavm interligados, de modo que ele conseguiu recolher um exemplar de "todas" a espécies ?
Cansei... e ainda tenho um monte dessas perguntas para fazer...
Alguém consegue responder algumas, por favor ?
Perguntinhas para o show da Bíblia
Janer Cristaldo - segunda-feira, 24/11/2008 - 00:36

-A
+A. O colégio Santo Américo, de São Paulo, instituiu um jogo educativo, chamado Show do Biblião, inspirado no Show do Milhão, programa exibido pelo SBT. A brincadeira consiste em uma gincana. A sala, de cerca de 30 alunos, é dividida em grupos de cinco, que têm de responder às questões que aparecem no telão. Se um aluno souber a resposta, a equipe ganha dois pontos.

"Normalmente, faço perguntas que levem os alunos à Bíblia mesmo, para que eles se familiarizem com ela", diz a professora de religião da escola, Marina Brancher. "Com o jogo, mostramos que religião é para ser alegre", afirma Regina Célia Tocci Di Giuseppe, coordenadora de religião do Santo Américo. "Eles levam a atividade a sério e adoram." Perguntas típicas da gincana: a sogra de quem foi curada em Cafarnaum? O que Simão foi obrigado a fazer enquanto os soldados levavam Jesus ao Gólgota?

Meus aplausos ao colégio Santo Américo. Sempre considerei edificante o estudo do Livro Sagrado. Me permito inclusive propor algumas singelas perguntinhas para as próximas edições da gincana.

- Com quem Caim deu continuidade à espécie humana, se em seus dias as únicas mulheres existentes na terra eram Eva, sua mãe, e suas irmãs?
- Quem foi mesmo que Jeová mandou Abraão sacrificar numa pira em seu louvor? Qual era o parentesco do menino com Abraão?
- Como se chamava a mulher de Abraão, que Abraão ordenou que se prostituísse a Faraó, para salvar a própria pele e receber mordomias de Faraó?
- Quem foi mesmo o único justo de Sodoma, que ofereceu as duas filhas virgens para uma turba, para proteger dois anjos do desejo dos sodomitas? E que mais tarde procriou com as próprias filhas?
- Quantos judeus mandou degolar o líder judeu Moisés?
- Quantos meninos o santo homem Eliseu mandou duas ursas estraçalharem, só porque o chamaram de careca?
- Em quantos pedaços o levita de Efraim partiu a concubina que contra ele adulterou? Para quantas tribos foram enviados os pedaços da concubina?
- Como se chamava o general que o santo rei Davi mandou matar para ficar com sua mulher? Como se chamava a mulher do general que o santo rei Davi mandou matar?
- Quantos milhões de etíopes o rei Asa, de Judá, massacrou com o apoio de Jeová?
- Qual povo entrou na cidade de Jericó, matando homens e mulheres, crianças e velhos, bois, cordeiros e burros, sob as ordens de Jeová?
- Quem despedaçou Agag, na presença de Jeová, em Guilgal?
- Quem assassinou todo o povo amalecita, por ordem de Jeová?
- Quem matou todos os reis de Madián – Evi, Requem, Sur, Jur e Rebá – mais Balaam, filho de Beor e todos os varões madianitas?
- Quem mandou separar 32 mil virgens madianitas feitas prisioneiras – para uso dos israelitas, é claro - após ter assassinado todas as que não eram virgens?
- Como se chamava o filho de Davi, que violentou dez mulheres em praça pública, como sinal de enfrentamento com seu pai?
- Qual filho de Davi estuprou Tamar, filha de Davi e sua irmã?
- Como se chamava o filho de Eleazar, que traspassou com uma lança, de um golpe só, o israelita e a moabita que mantiam relações em uma tenda?
- Qual rei forçou à escravidão todos os que não eram israelitas para construir o famoso templo de Jerusalém?
- Quantos mil hebreus o Altíssimo permitiu que Josué matasse, só porque um deles ficou com parte do botim saqueado por Josué e sua horda de assassinos?
- Quem foi o sábio rei que entregou a vida de setenta mil homens a Jeová, como castigo por ter organizado um censo não aprovado por Jeová?
- Como se chamava a moça que Jehú mandou jogar de uma janela, cujo sangue salpicou os muros da cidade, e foi pisoteada pelos cavalos que passavam?
- Quantos homens Jehú mandou degolar na cisterna de Bet-Equed?
- Quantos homens matou Jehú na casa de Ahab?
- Como se chamava a mulher que enterrou uma estaca na face de seu hóspede, Sísera, com tal força que a estaca penetrou o chão?
- Quantos mil homens de Moab Ehud mandou matar na montanha de Efraim?
- Quando sacerdotes de Baal o santo profeta Elias mandou degolar?
- Quem ordenou a matança de 24 mil israelitas, só porque estes coabitavam com as mulheres de Moab?
- Como se chamava o sábio rei que assassinou seu irmão para casar-se com Abisag?

Esta é minha colaboração à gincana do Biblião. Se mais tarde lembrar de outras perguntinhas, volto ao assunto.
Janer Cristaldo
Cristaldo é jornalista, escritor e tradutor e vive em São Paulo....
Trechos de Uma Mente Própria, de David M. Friedman

Desde o começo da civilização ocidental, o pênis foi mais do que uma parte do corpo. Foi uma idéia, uma medida-padrão conceitual, ainda que real, do lugar do homem no mundo. Os homens terem um pênis é um fato científico; como pensam a seu respeito, se sentem em relação a ele e o usam, não é. Idéias acerca do pênis variam de cultura para cultura e de época para época. É possível identificar os momentos principais da história ocidental em que uma nova idéia de pênis tratou do mistério maior da sua relação com o homem e mudou para sempre a maneira como esse órgão era concebido e usado.

Uma evidência das mais antigas dessas idéias foi encontrada nas ruínas da cidade suméria de Eridu, no sul do atual Iraque, onde arqueólogos desenterraram pequenas tábuas cuneiformes com mais de cinco mil anos. Nessa civilização antiga, o pênis tanto simbolizava a natureza irracional quanto a inteligência divina. Era um mistério, contendo o deus incognoscível, e essa idéia era expressa nas crenças religiosas. Grande parte da literatura encontrada em Eridu, composta na primeira língua escrita do mundo, celebra as proezas do deus Enki. Retratado tipicamente como um homem grande e de barba, com um barrete com vários chifres, Enki era o grande benfeitor da humanidade, o “Determinador dos Destinos” e o “Organizador do Universo”, que, no épico de Gilgamesh, ajuda a salvar o homem do dilúvio enviado por outros deuses. Como a Suméria era (e o Iraque continua sendo) uma região árida entre os rios Tigre e Eufrates, duas vias navegáveis propensas a alagar, a água era uma substância preciosa e, às vezes, perigosa, nesse “berço da civilização”. Sem a irrigação provida por esses rios, a sobrevivência era impossível. Quem quer que desse vida a esses rios incorporava a própria idéia de vida. A poesia do terceiro milênio a.C. identifica essa força criativa como sendo Enki — mais precisamente, o pênis de Enki.


Depois que o Pai Enki ergueu os olhos ao Eufrates,

Levantou-se cheio de luxúria como um touro ao atacar.

Ergueu o pênis, ejaculou,

Encheu o Eufrates de água corrente.


Seis versos depois, Enki faz o mesmo para o Tigre:


Ele ergueu o pênis, levou os presentes de núpcias,

Como um grande touro selvagem, excitou o coração do Tigre,

[E assistiu] ao seu parto.


Em outros poemas, Enki usa seu pênis para cavar as primeiras valas de irrigação do mundo, inventa a reprodução sexual, e é pai do primeiro bebê humano, depois do que exulta: “Que agora o meu pênis seja louvado!”

Essa idéia extática do pênis como gerador da vida era partilhada pelos egípcios, cujos deuses realizavam bravatas semelhantes. Em hieróglifos escritos quatro mil anos atrás no interior das pirâmides, uma divindade egípcia e seu pênis fornecem uma alternativa intrigante à teoria atual da origem do universo pelo Big Bang. “Eu criei sozinho todos os seres”, diz o deus Atum. “O meu punho tornou-se a minha esposa. Copulei com a minha mão.” O pênis de Atum cria toda a vida, divina e mortal, através do ato sagrado da masturbação, começando com o deus do ar e a deusa da umidade, que emerge inteira de seu sêmen. Esses deuses se unem e geram Geb, deus da Terra, e Nut, deusa do céu. A cópula desse casal divino é representada em vários papiros. Os desenhos mostram Nut nua curvada sobre o deus Terra, que está deitado, seu pênis ereto apontando para o céu. Para os egípcios, isso não era pornografia: era o mapa religioso de seu universo.

Uma vez por ano, o faraó, o rei egípcio, prestava homenagem a outro deus perpetuamente ereto — Min, deus da procriação. “Salve, Min, que fez sua mãe dar à luz!”, dizia o faraó em uma oração assinalando a crença de que esse deus era tão potente que foi pai de si mesmo. Depois de o faraó louvar Min em seu templo tebano para lhe garantir filhos, a estátua do deus era colocada sobre uma plataforma carregada por sacerdotes com as cabeças raspadas e vestidos de linho branco. Min sempre era esculpido em uma posição em que seu imenso pênis ficasse mais visível. Em uma procissão solene, atrás da estátua, seguia o faraó e sua rainha, acompanhados por um touro branco, animal considerado Min encarnado, e outros sacerdotes carregando alface, uma planta cuja seiva branca, símbolo do sêmen de Min, era considerada sagrada.

A santidade do pênis era a idéia central do mito mais importante do Egito, uma história que estabelecia a crença egípcia na vida além da morte e na linhagem divina do faraó. Trata-se do mito de Osíris e Ísis, irmãos que governaram como rei e rainha do Egito na primeira idade do mundo. Osíris legou uma coleção de leis e ensinou seu povo a cultivar cereais. Ísis identificou as propriedades medicinais das ervas e inventou a tecelagem. Eram amados por seus súditos, mas odiados pelo irmão ciumento, Seth, que induziu Osíris a deitar-se dentro de uma arca, que seus comparsas lançaram no Nilo. Ísis encontrou o corpo de Osíris, mas Seth o recapturou e o partiu em 14 pedaços, espalhando-os pelo reino. Depois de muito procurar, Ísis achou todos, menos o pênis do rei.

Em uma das versões do mito, a rainha juntou o que encontrou formando a primeira múmia. Em seguida, transformou-se em falcão e pairou sobre a entreperna de seu companheiro morto, usando o bater das asas para produzir um novo pênis. Ísis abaixou-se nesse órgão, magicamente reconstituído, e recebeu a semente de Osíris. O filho dessa união foi Horus, de quem todos os faraós alegavam descender. Para se vingar da morte de seu pai, Horus acabou matando e castrando o assassino, Seth. Segundo Plutarco, o grego que visitou o Egito quase na virada do século primeiro, uma estátua em Koptos mostrava Horus com o seu troféu — o pênis de Seth — na mão. Mais tarde, outra história da ressurreição foi preconizada perto da Judéia, depois por toda a bacia do Mediterrâneo, sobre um homem nascido de Deus e de uma virgem, que levava uma vida de castidade e que oferecia um caminho direto à salvação pessoal a quem acreditasse que o Filho de Deus havia se levantado dos mortos. No Egito, um mito sagrado preconizava a salvação de uma cultura inteira através da morte e renascimento do pênis de um deus.

Esse órgão mágico, tão potente que derrotava a morte, dominava o Além-mundo egípcio. O remembrado Osíris ostentava a sua virilidade no outro mundo, onde governava como rei: “Eu sou Osíris... o pênis teso... Sou mais poderoso do que o Senhor do Terror; copulo e tenho poder sobre miríades”, diz ele no Livro dos mortos egípcio. Em contraste, um sortilégio contra uma serpente no Livro diz: “Não ficará ereto. Não copulará.” A ligação entre impotência e derrota teve conseqüências implacáveis, na vida real, para os inimigos do Egito no campo de batalha. A prova foi inscrita nos muros de Karnak, cerca de 1200 a.C., pelo faraó Merneptah, após o triunfo sobre os líbios:


Pênis de generais líbios: 6

Pênis decepados de líbios: 6.359

Sicilianos mortos, pênis decepados: 222

Etruscos mortos, pênis decepados: 542

Gregos mortos, pênis oferecidos ao rei: 6.111


Três mil anos depois, um presidente norte-americano mostraria como essa associação ainda seria poderosa na mente de um líder. Robert Dallek escreve em Flawed Giant: Lyndon Johnson and His Times, 1961-1973 sobre um encontro, não-oficial e inesquecível, entre o presidente Johnson e repórteres céticos pressionando-o a explicar por que os Estados Unidos estavam ainda combatendo no Vietnã. Frustrado com o seu raciocínio político não-convincente, o presidente abriu a braguilha, puxou seu pênis para fora e disse: “Isto é o porquê!”

Um alto-relevo mais antigo do que o do faraó Merneptah revela que os egípcios submetiam seus pênis à faca. A escultura encontrada em 1889 na necrópole de Saqqara, na margem ocidental do Nilo, do outro lado do antigo sítio de Memphis, mostra um homem ajoelhado em frente a um menino. As mãos da criança estão seguras pelo assistente que está atrás dela. O homem que fará a circuncisão segura o pênis do menino com a mão esquerda, o prepúcio distendido. Em sua mão direita, vemos uma pequena faca.


“Segure-o, que ele não desmaie”, diz o homem, em hieróglifos. “Faça o melhor possível”, diz o assistente.


Essa concisa troca de palavras, datada de cerca de 2400 a.C., demonstra que a circuncisão tem uma longa história no Egito. Heródoto, o grego “Pai da História”, que visitou o Egito por volta de 450 a.C., achava que os seus anfitriões tinham inventado o rito. No começo do século XX, o antropólogo Grafton Elliot Smith concordou, escrevendo que a circuncisão fazia parte de um culto de adoração ao sol que teve início no vale do Nilo 15 mil anos atrás e foi, então, copiado por povos vizinhos. O Livro de Jeremias, do Velho Testamento, menciona que edomitas, moabitas e amonitas — vizinhos dos egípcios e dos israelitas igualmente — praticavam a circuncisão. Não se sabe se a aprenderam com os egípcios. Alguns dos colegas de Smith argumentaram que, em vez de nascer no Egito, o rito começou como uma marca quase universal da escravidão ou da desonra dos prisioneiros militares. Talvez a única coisa não contestada seja a aversão de Heródoto a tal prática, posição compartilhada por todos os gregos. “Outros povos deixam suas genitálias como eram ao nascer”, escreveu Heródoto. Os egípcios dizem que “preferem ser limpos [em vez] da falsa aparência”.

Grande parte da meticulosidade dos egípcios concentrava-se nas aberturas do corpo. Um curandeiro cujo nome sobreviveu desde os tempos faraônicos foi Iri, o Conservador do Reto Real, que trabalhava como especialista na irrigação do cólon do faraó. Os egípcios eram extremamente preocupados com o livre fluxo das excreções naturais e talvez tenham começado a remover o prepúcio porque, em seu clima quente, freqüentemente acumulava esmegma, matéria sebácea que poderia, potencialmente, impedir o fluxo da urina e do sêmen. Mas também é possível que a circuncisão egípcia tivesse menos relação com a limpeza do que com a devoção. Embora o rito existisse em todas as classes sociais, era exigido somente dos sacerdotes do templo, como sinal de afiliação ao deus-sol Rá, que circuncidou a si mesmo em um ato descrito no Livro dos mortos. Isso criou um dilema inesperado para o filósofo grego Pitágoras quando este viajou ao Egito, por volta de 550 a.C. Ao visitar um templo egípcio, Pitágoras pediu para ver os livros sagrados ali guardados. O sumo sacerdote concordou, mas com uma condição: antes o grego deveria se circuncidar.

Para os hebreus, a circuncisão e a relação que estabelecia entre o homem, seu pênis e Deus eram um sinal de afiliação com o Todo-poderoso — e consigo próprio. Era exigida não somente dos sacerdotes, mas de todo israelita homem no oitavo dia de vida. As origens teológicas são explicadas detalhadamente no Gênesis, onde Deus faz um acordo com Abraão (nascido Abrão), então com 99 anos, e sua “semente”. Essa aliança estabelece o Todo-poderoso como única divindade dos hebreus, aos quais é prometida uma terra natal em Canaã, onde seriam “excessivamente férteis”, até mesmo Abraão, a quem foi dito que seria pai mais uma vez. O antigo habitante do deserto só podia rir desse prospecto. “Uma criança nascerá”, pergunta ele, “de um homem com cem anos?” Isso não é problema para Deus, evidentemente, mas, em troca, Ele exige um sinal: “Todos os homens entre vocês devem ser circuncidados. Devem ter o prepúcio cortado, e esse será o sinal do pacto entre mim e vocês.” A Torá relata que Abraão cortou rapidamente o seu prepúcio e de todo filho que nasceu em sua casa, e de todos que foram “comprados com [seu] dinheiro”. (Foi omitida a reação dos homens e garotos quando esse pastor de cabras enrugado emergiu de sua tenda com uma pedra ensangüentada na mão e declarou alto que Deus tinha acabado de ordenar-lhe fazer isso.)

Essa estranha ordem e o pacto monoteísta que selava tiveram um impacto duradouro e controverso. Abraão, que era o pai de Ismael (fundador da nação árabe), assim como o patriarca judeu Isaac, é reverenciado pelo Alcorão como “um guia do povo”. Abraão circuncidou Ismael — conseqüentemente, os muçulmanos também circuncidaram seus homens. (Várias tribos na África, assim como os aborígines australianos, praticam a circuncisão sem nenhuma associação com o Velho Testamento.) A circuncisão judaica, espiritualizando o propósito procriador do pênis, redefiniu a relação entre o homem e o seu órgão definidor. Em troca de ter-se tornado o pai do povo eleito por Deus e de uma bênção da fertilidade que garantiu a existência eterna dos israelitas, Abraão concordou em não adorar nenhuma outra divindade e em cortar seu prepúcio. Esse ato alterou simbolicamente seu pênis, expondo permanentemente a sua glande — como acontece quando um pênis não-circuncidado está ereto —, uma mudança superficial que não tem nenhum efeito sobre o funcionamento reprodutor do órgão. Alguns argumentaram que, imitando a ereção dessa maneira, a circuncisão revela que os hebreus foram dos primeiros a cultuarem o falo. (Esta não é uma visão amplamente aceita.) Outros observam que Maimônides, o pensador judeu mais influente da Idade Média, declarou que o verdadeiro propósito do ato seria “reduzir o intercurso sexual” e “enfraquecer o órgão em questão”, de modo que os judeus servissem a Deus antes de à sua própria luxúria. (Ativistas modernos contra a circuncisão argumentam de maneira semelhante, com base secular: a operação, dizem eles, remove grande parte dos receptores sensitivos do pênis.) Entretanto, a condição de que o pênis de Abraão não “enfraquecesse” era, claramente, uma parte essencial do pacto. Sabemos que vigor não foi problema para Abraão depois de sua autocircuncisão, mesmo após celebrar seu centésimo aniversário. Não somente Sara deu à luz Isaac, conforme prometido, como, depois de sua morte, Abraão tomou uma companheira muito mais jovem, Keturah, e gerou outra família.

Claramente, a circuncisão “funcionou” para Abraão. Mas o fascínio que durante tanto tempo exerce sobre estudiosos da religião, historiadores, antropólogos, anti-semitas, especialistas em saúde pública e, até mesmo, o desvelo com que os cruzados anticircuncisão contemporâneos agora a atacam revelam que a circuncisão “funciona” também em vários outros níveis. Alguns poucos rituais se comparam a esse em complexidades psicológicas contraditórias — algo físico, ainda que não fisiológico; sexual sem ser erótico; não-genético, mas genealógico; uma marca, mas não marca de nascimento, realizada no lugar exato que distingue o homem da mulher. Esse ato tendencioso em relação ao gênero divino faz sentido até mesmo para uma feminista importante. “O que seria mais lógico e apropriado”, pergunta Gerda Lerner em The Creation of Patriarchy, “do que usar como principal símbolo da aliança o órgão que produz a semente e que a planta no útero feminino? [...] O oferecimento de nenhuma outra parte do corpo teria enviado, ao homem, uma mensagem tão vívida da conexão entre a sua capacidade reprodutora e a graça de Deus.”

Algumas passagens do Velho Testamento, entretanto, tratam a circuncisão como uma metáfora para a condição sagrada de toda parte do corpo, enquanto o Deuteronômio convoca todos os filhos de Israel para “circuncidar [o seu] coração”. Mas não há dúvida quanto ao local autêntico do significado da circuncisão. A ligação entre o homem e o mistério mais impressionante do universo — Deus — foi selada marcando o órgão com que o homem mantém a sua relação mais reverente e misteriosa: o pênis.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Apofenia
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa

A percepção de uma face humana em fotografia da superfície de Marte é um exemplo de apofeniaApofenia é um termo proposto em 1959 por Klaus Conrad para o fenômeno cognitivo de percepção de padrões ou conexões em dados aleatórios. É um importante fator na criação de crenças supersticiosas, da crença no paranormal e em ilusão de ótica.[1]

Inicialmente descrita como sintoma de psicose, a apofenia ocorre no entanto em indivíduos perfeitamente saudáveis mentalmente. Do ponto de vista da estatística é um Erro de tipo I, ou seja, tirar conclusões de dados inconclusivos. Em um exame pode levar a um resultado falso positivo. Psicologicamente é um exemplo de viés cognitivo.

Ocorrências de apofenia frequentemente são investidas de significado religioso e/ou paranormal ocasionalmente ganhando atenção da mídia como a impressão de ver Jesus em uma torrada.[2]

No teste projetivo de manchas Rorschach a apofenia é estimulada com o objetivo de identificar padrões significativos na vida do indivíduo que ele projeta sobre a mancha.

Índice [esconder]
1 Utilidade evolutiva
2 Exemplo
3 Ver também
4 Ligações externas
5 Referências

[editar] Utilidade evolutiva
Existem várias vantagens em perceber padrões na natureza para prever o futuro ou evitar perigos. Por exemplo, se você observa um vulto e identifica como um animal perigoso evitá-lo poderia salvar sua vida. Caso você não considerasse a impressão do vulto suficientemente conclusiva, ignorando a possível associação com perigo, e realmente fosse um animal perigoso você poderia morrer. Na lógica evolutiva é melhor prevenir que remediar e por isso é mais vantajoso ver um excesso de padrões mesmo onde eles não existem do que negligenciá-los e correr riscos desnecessários.

[editar] Exemplo

Três círculos e uma linha já é suficiente para o cérebro interpretar um rostoImagine que o Brasil esteja jogando na Copa do Mundo, e após 4 jogos obteve-se os seguintes placares: 2x2, 3x1, 4x0, 2x2. Alguém com apofenia poderia ver uma relação ente os placares e deduzir que a soma de cada um dos jogos do Brasil sempre dá 4, e presupor que a soma do placar do próximo jogo também será 4. O problema está que este vínculo não existe e o placar foi apenas coincidência.

O exemplo acima é bastante simples, e pode não seduzir ninguém a acreditar. É mais comum pessoas se sentirem atraídos por casos onde há complexidade na forma de se encontrar o vínculo apofênico, muitas vezes usando operações matemáticas de mais alto grau. Pode-se usar o quadrado dos números, raizes da soma, produtórios, sequencia de Fibonacci, etc.
Pareidolia
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Neste caso, o relógio parece estar triste. No entanto, é o cérebro humano que cria essa ilusão, não se passando nada com o relógioO termo pareidolia descreve um fenômeno psicológico que envolve um vago e aleatório estímulo (em geral uma imagem ou som) sendo percebido como algo distinto e significativo. Exemplos comuns incluem imagens de animais ou faces em nuvens, em janelas de vidro e em mensagens ocultas em músicas executadas do contrário. A palavra vêm do grego para – junto de, ao lado de – e eidolon – imagem, figura, forma. Pareidolia é um tipo de apofenia.

Em situações simples e ordinárias, este fenômeno fornece explicações psicológicas para muitas ilusões da mente como, por exemplo, as visões de OVNI alienígenas, mensagens gravadas ao contrário em músicas, Monstro do Lago Ness, Pé- Grande e a face de Jesus em Marte..[1] O fenômeno psíquico, diante de uma figura com dados aleatórios, pode variar segundo o ângulo do observador. Para uma criança, por exemplo, uma figura notada talvez possua formas que tragam à lembrança animais de estimação, personagens de desenhos animados ou qualquer outra coisa condizente com a faixa etária de compreensão sobre coisas. Para uma pessoa com uma faixa etária superior, a mesma figura assume formas diferentes conforme a capacidade criativa de associação de formas.

Dependendo das figuras observadas, podem assumir um aspecto muito subjetivo que varia de observador para observador ao passo que outras mais claramente nítidas, possuem uma mesma interpretação ótica em comum entre vários observadores. Portanto, muito tem que ver com a condição psicológica de cada observador, do que se passa em sua mente.

O físico Carl Sagan aventou uma explicação no livro O Mundo Assombrado pelos Demônios:[2]

“ Os humanos, como outros primatas, são um bando gregário. Gostamos da companhia uns dos outros. Somos mamíferos, e o cuidado dos pais com o filho é essencial para a continuação das linhas hereditárias. Os pais sorriem para a criança, a criança retribui o sorriso, e com isso se forja ou se fortalece um laço. Assim que o bebê consegue ver, ele reconhece faces, e sabemos agora que essa habilidade está instalada permanentemente em nossos cérebros. Os bebês que há 1 milhão de anos eram incapazes de reconhecer um rosto retribuíam menos sorrisos, eram menos inclinados a conquistar o coração dos pais e tinham menos chance de sobreviver. Nos dias de hoje, quase todos os bebês identificam rapidamente uma face humana e respondem com um sorriso bobo.
Como um efeito colateral inadvertido, o mecanismo de reconhecimento de padrões em nossos cérebros é tão eficiente em descobrir uma face em meio a muitos outros pormenores que às vezes vemos faces onde não existe alguma. Reunimos pedaços desconectados de luz e sombra, e inconscientemente tentamos ver uma face.


Muitos concordam com Sagan quanto a tendência de reconhecer faces, mas muitos discordam quanto às alegadas vantagens evolutivas para a sobrevivência da criança.

A pareidolia não representa somente fenômenos visuais mas também auditivos onde pessoas executam músicas no sentido contrário e ouvem palavras ou até mesmo sentenças inteiras. Apesar de existir uma técnica sonora de mascarar mensagens sobre uma gravação (conhecida como Backmasking), é comum muitos entenderem frases ou palavras onde só há um ruído incoerente.

Índice [esconder]
1 Mensagens Subliminares
2 Religião
3 Galeria
4 Referências
5 Ver também
6 Ligações externas

[editar] Mensagens Subliminares
Mensagens subliminares são facilmente confundidas com a Pareidolia, e também são confundidas como formas de expressão. As MS ("Mensagens Subliminares") são ordens colocadas de forma subliminar ("Não perceptível") em nossas mentes, nos induzindo a fazer algo. Forma de expressão são apenas jeitos diferentes da arte de nos impressionar. Pareidolia é nossa mente criando, a partir de formas ("e etc") não definidas, que junto com nossa imaginação forma frases, rostos ou até fantasmas.

[editar] Religião
A pareidolia está em muitos casos de percepções de temas e imaginário religioso, especialmente faces de personagens religiosos, em fenômenos mundanos como, por exemplo, em vidros de janelas, em fotos de fogueira ou em alimentos.

[editar] Galeria
Famosa foto de satélite mostrando a face humana em Cidônia, Marte
Anne
Membro
Agora, um resumão:

Durante a evolução da célula formou-se uma molécula, que hoje sabemos ser o ácido desoxirribonucléico (DNA ou ADN): molécula longa, formada pela junção de um grande número de nucleotídeos, e que contém a informação genética codificada.
O DNA constitui uma espécie de código que determina o que uma célula tem. Além disso, o DNA é capaz de produzir uma cópia dele mesmo.
Antes de entrarmos no estudo do DNA propriamente dito, vejamos alguns conceitos sobre relação entre cromossomos e DNA.
Os cromossomos contêm os genes que por sua vez são formados por DNA (ácido desoxirribonucléico). Estes genes permitem a transmissão das informações genéticas de geração a geração.
O material responsável pelo comando e coordenação de toda a atividade celular e pelas divisões celulares e transmissões das características hereditárias está representado nas células pelos cromossomos.
Nas células procarióticas, o cromossomo é uma única molécula de um ácido nucléico, o DNA.
Nas células eucarióticas, o cromossomo é formado por DNA associado a moléculas de histona, que são proteínas básicas. É na molécula de DNA que estão contidos os genes, responsáveis pelo comando da atividade celular e pelas características hereditárias. Cada molécula de DNA contém vários genes dispostos linearmente ao longo da molécula. Cada gene, quando em atividade, é transcrito em moléculas de outros ácidos nucléicos denominados ribonucléicos, que comandarão a síntese de proteínas.
Nas células procarióticas, os cromossomos encontram-se imersos no próprio citoplasma formando uma estrutura denominada nuclóide. Nas células eucarióticas os cromossomos encontram-se separados dos citoplasma pela membrana nuclear ou carioteca, em uma estrutura denominada núcleo. A presença de carioteca é uma característica típica das células eucarióticas, que as distingue das procarióticas. Além disso, as células procarióticas não apresentam organelas membranosas, como ocorre com as eucarióticas.
A molécula de DNA é constituída por uma seqüência de nucleotídeos, que por sua vez é formado por três diferentes tipos de moléculas:
• um açúcar (pentose)
• um grupo fosfato
• uma base nitrogenada

A orientação das ligações entre as três moléculas constituintes dos nucleotídeos é essencial para se determinar o sentido da dupla fita de DNA.

A ligação entre a base nitrogenada e a pentose
Esta ligação é feita covalentemente através de uma ligação N-glicosídica com a hidroxila ligada ao carbono-1 da pentose.
A ligação entre o grupo fosfato e a pentose
Esta ligação é feita através de uma ligação fosfoéster com a hidroxila ligada ao carbono-5 da pentose.
Para a formação da molécula de DNA é necessário que ocorra a ligação entre os nucleotídeos.
Os nucleotídeos estão ligados covalentemente por ligações fosfodiéster formando entre si pontes de fosfato.
O grupo hidroxila do carbono-3 da pentose do primeiro nucleotídeo se liga ao grupo fosfato ligado a hidroxila do carbono-5 da pentose do segundo nucleotídeo através de uma ligação fosfodiéster.
Devido a esta formação a cadeia de DNA fica com uma direção determinada, isto é, em uma extremidade temos livre a hidroxila do carbono-5 da primeira pentose e na outra tem Sabendo-se como são feitas as ligações entre os nucleotídeos, formando assim a fita de DNA, podemos analisar a estrutura tridimensional do DNA.
James Watson e Francis Crick postularam um modelo tridimensional para a estrutura do DNA baseando-se em estudos de difração de raio-X.
O DNA consiste de duas cadeias helicoidais de DNA, enroladas ao longo de um mesmo eixo, formando uma dupla hélice de sentido rotacional à direita.
Isto determina que o crescimento do DNA se faça na direção de 5' para 3'.
Ainda com base nestes estudos, concluiu-se que na dupla hélice as duas fitas de DNA estão em direção opostas, isto significa que são anti-paralelas. O termo anti-paralelas deve-se ao fato de que uma das fitas tem a direção exata da sua síntese (5'---3') enquanto que a outra está invertida (3'----5').
Esta conformação em fitas anti-paralelas levará à necessidade de mecanismos especiais para a replicação do DNA.
Com base na estrutura de dupla hélice do DNA e nas características de hidrofobicidade das moléculas, a estrutura do DNA fica da seguinte forma:
• O grupo fosfato e o açúcar (parte hidrofílica) - estão localizados na parte externa da molécula.
• As bases nitrogenadas (parte hidrofóbica) - estão localizadas na parte interna da molécula.
A relação espacial entre as duas fitas cria um sulco principal e um sulco secundário.
Sabendo-se como são feitas as ligações entre os nucleotídeos, formando assim a fita de DNA, podemos analisar a estrutura tridimensional do DNA.
James Watson e Francis Crick postularam um modelo tridimensional para a estrutura do DNA baseando-se em estudos de difração de raio-X.
O DNA consiste de duas cadeias helicoidais de DNA, enroladas ao longo de um mesmo eixo, formando uma dupla hélice de sentido rotacional à direita.

Ainda com base nestes estudos, concluiu-se que na dupla hélice as duas fitas de DNA estão em direção opostas, isto significa que são anti-paralelas. O termo anti-paralelas deve-se ao fato de que uma das fitas tem a direção exata da sua síntese (5'---3') enquanto que a outra está invertida (3'----5').
Esta conformação em fitas anti-paralelas levará à necessidade de mecanismos especiais para a replicação do DNA.
Com base na estrutura de dupla hélice do DNA e nas características de hidrofobicidade das moléculas, a estrutura do DNA fica da seguinte forma:
• O grupo fosfato e o açúcar (parte hidrofílica) - estão localizados na parte externa da molécula.
• As bases nitrogenadas (parte hidrofóbica) - estão localizadas na parte interna da molécula.
A relação espacial entre as duas fitas cria um sulco principal e um sulco secundário.

O pareamento das bases de cada fita se dá de maneira padronizada, sempre uma purina com uma pirimidina, especificamente: adenina com timina e citosina com guanina.
A proximidade destas bases possibilita a formação de pontes de hidrogênio, sendo que adenina forma duas pontes de hidrogênio com a timina e a citosina forma três pontes com a guanina.
A dupla hélice é mantida unida por duas forças:
• Por pontes de hidrogênio formadas pelas bases complementares
• Por interações hidrofóbicas, que forçam as bases a se "esconderem" dentro da dupla hélice.
Estudos recentes mostram que existem duas formas de DNA com a hélice girando para a direita, chamadas A-DNA e B-DNA, e uma forma que gira para a esquerda chamada Z-DNA. A diferença entre as duas formas que giram para a direita está na distância necessária para fazer uma volta completa da hélice e no ângulo que as bases fazem com o eixo da hélice.
• B-DNA: Tem a dupla hélice mais longa e mais fina. Para completar uma volta na hélice são necessários 10 pares de bases.
• A-DNA: Tem a forma mais curta e mais grossa. Para completar uma volta na hélice são necessários 11 pares de bases.
Em solução, geralmente o DNA assume a conformação B. Quando há pouca água disponível para interagir com a dupla hélice, o DNA assume a conformação A-DNA.
Existe uma terceira forma de DNA que difere das duas anteriores, pois seu sentido de rotação é para a esquerda, este tipo de DNA é chamado de Z-DNA. Esta conformação é mais alongada e mais fina do que o B-DNA. Para completar uma volta na hélice são necessários 12 pares de bases. O DNA, em solução com altas concentrações de cátions, assume a conformação Z-DNA.
Em eucariotos o DNA tende a assumir a conformação Z-DNA devido a metilação do DNA.
________________________________________

• Soluções de DNA, em pH = 7,0 e temperatura ambiente, são altamente viscosas;
• A altas temperaturas ou pH extremos o DNA sofre desnaturação, isto porque ocorre ruptura das pontes de hidrogênio entre os pares de bases. Esta desnaturação faz com que diminua a viscosidade da solução de DNA;
• Durante a desnaturação nenhuma ligação covalente é desfeita, ficando portanto as duas fitas de DNA separadas;
• Quando o pH e a temperatura voltam ao normal, as duas fitas de DNA espontaneamente se enrolam formando novamente o DNA dupla fita. Este processo envolve duas etapas:

• A primeira é mais lenta pois envolve o encontro casual das fitas complementares de DNA, formando um curto segmento de dupla hélice.

• A segunda etapa é mais rápida e envolve a formação das pontes de hidrogênio entre as bases complementares reconstruindo a conformação tridimensional.
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Replicação do DNA é o processo de auto-duplicação do material genético mantendo assim o padrão de herança ao longo das gerações.
Duas teorias tentaram explicar a replicação do DNA:
Teoria conservativa: Cada fita do DNA sofre duplicação e as fitas formadas sofrem pareamento resultando num novo DNA dupla fita, sem a participação das fitas "parentais" (fita nova com fita nova formam uma dupla hélice e fita velha com fita velha formam a outra dupla fita).
Teoria semi-conservativa: Cada fita do DNA é duplicada formando uma fita híbrida, isto é, a fita velha pareia com a fita nova formando um novo DNA; de uma molécula de DNA formam-se duas outras iguais a ela. Cada DNA recém formado possui uma das cadeias da molécula mãe, por isso o nome semi-conservativa.

A molécula do DNA vai-se abrindo ao meio, por ação de uma enzima chamada DNA polimerase. Essa enzima quebra as ligações de pontes de hidrogênio existentes entre as duas bases nitrogenadas das cadeias complementares de nucleotídeos.
Ao mesmo tempo que o DNA polimerase vai abrindo a molécula de DNA, outra enzima chamada DNA ligase vai ligando um grupo de nucleotídeos que se pareiam com os nucleotídeos da molécula mãe.
Além da capacidade de duplicação o DNA também é responsável pela síntese de outro ácido nucléico muito importante para a célula: o ácido ribonucléico ou RNA. Da mesma forma que o DNA, o RNA também é uma molécula grande formada por várias partes menores chamadas nucleotídeos. Por isso diz-se que tanto DNA como RNA são polinucleotídeos.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O que é Macroevolução?

John Wilkins, 2004.





Em ciência, quando o prefixo grego “macro” aparece antes das palavras, significa “grande”, bem como “micro” significa “pequeno”. Por exemplo, um macrófago é uma célula maior que o normal, mas ela é apenas algumas vezes maior que outras células, e não algo extremamente grande.



Atualmente, na biologia evolutiva, a palavra macroevolução é usada em referência a qualquer mudança evolutiva a nível de espécie ou acima dela. Significa a divisão de uma espécie em duas (especiação ou cladogênese – do grego, “origem do ramo”) ou as mudanças numa espécie ao longo do tempo (anagênese). Algumas das mudanças que ocorrem nos níveis mais superiores, como a evolução de novas famílias, filos ou gêneros, são também macroevolução, mas o termo não é restrito à origem destes taxa elevados.



Microevolução, por outro lado, refere-se a qualquer mudança evolutiva abaixo do nível específico, e também a mudanças na freqüência dos alelos (genes alternativos) em determinada população, e seus efeitos na forma, ou fenótipo, dos organismos que constituem esta população ou espécie.



Pode-se considerar que a macroevolução é a evolução dos genes entre as espécies, ou inter-específica, enquanto a microevolução é a evolução dos genes dentro da espécie, ou intra-específica. Existem várias dinâmicas macroevolutivas. A Teoria do Equilíbrio Pontuado propõe que uma vez que as espécies foram originadas e estão adaptadas ao novo nicho ecológico em que se encontram, estas tendem a permanecer como estão pelo resto da existência. O Gradualismo Filético sugere que as espécies continuam a se adaptar a novas mudanças durante o curso de usa história natural. As Teorias da Seleção de Espécies e da Divisão de Espécies afirmam que há processos macroevolutivos que determinam mais ou menos que certas espécies existirão por um longo período de tempo antes de extinguirem-se, um tipo de paralelo com o que acontece com os genes na microevolução.



História do Conceito de Macroevolução



Na “Síntese Moderna” do Neo-Darwinismo, desenvolvida no período entre 1930 e 1950 com a conciliação da evolução pela seleção natural e da genética moderna, macroevolução é considerada como os efeitos combinados dos processos macroevolutivos. Nas teorias que propõem “evolução ortogenética” (literalmente, linha evolutiva direta), a macroevolução é considerada um processo e de um calibre diferente da microevolução. Ninguém tem sido hábil a elaborar um bom caso de ortogênese desde os anos 50, especialmente a partir da descoberta da genética molecular, entre 1952 e até o fim dos anos 60.



Anti-evolucionistas argumentam que estas não são evidências de processos macroevolutivos. Entretanto, teóricos alegam que o mesmo processo que causa mudanças das freqüências alélicas intra-específicas podem ser extrapolados para mudanças interespecíficas, portanto, este argumento falha, a não ser que sejam descobertos mecanismos para prevenção de microevolução que causem macroevolução. A cada passo em que o processo tem sido demonstrado na genética e no resto da biologia, o argumento contra a macroevolução falha.



Evolucionistas não-Darwinistas consideram que o processo que causa especiação é um tipo diferente do que ocorre dentro das espécies. Isto é, eles admitem que a macroevolução ocorre, mas cogitam que a mudança genética normal é limitada por cada mecanismo proposto como restrição ao desenvolvimento. Esta visão é associada aos nomes de Schmalhausen e Waddington, que eram caracterizados por não-Darwinistas pelos teóricos da síntese moderna.



Os termos macroevolução e microevolução foram primeiramente usados em 1927, pelo entomologista russo Iurii Filipchenko (ou Philipchenko, dependendo da transliteração), no seu trabalho em alemão intitulado Variabilität und Variation, a primeira tentativa de reconciliar a genética mendeliana e a evolução. Filipchenko foi um evolucionista, mas como ele escreveu durante o período em que o mendelismo parecia fazer com que o Darwinismo fosse redundante, o então chamado “eclipse do Darwinismo” (Bowler, 1983), ele não era Darwinista, mas ortogeneticista. Além disso, os biólogos russos do período tinham historicamente rejeitado o mecanismo Malthusiano de Darwin da evolução pela competição.



Em Genetics and de Origem of Species, Theodosius Dobzhansky, inicia dizendo que “nós fomos compelidos ao presente nível de relutante conhecimento a dar um significado entre a eqüidade dos mecanismos macro e microevolutivos.” (1937, página 12), enquanto introduzia os termos à comunidade de biólogos de língua inglesa (Alexandrov, 1994). Dobzhansky foi estudante de Filipchencko, e o estimava como seu mentor. Em ciência, é difícil negar uma doutrina maior de um professor devido à lealdade, e Dobzhansky, que definitivamente começou a síntese moderna do Darwinismo em seu livro, encontrou desapontamento ao negar a visão de seu mestre (Burian, 1994).



O termo caiu num desagrado limitado quando foi pego por autores como o geneticista Richard Goldschmidt (1940) e o paleontólogo Otto Schindewolf para descrever suas teorias ortogenéticas. Como resultado, separados de Dobzhansky, Bernhardt Rensch e Ernest Mayr, pouquíssimos autores neo-Darwinistas usaram o termo, preferindo ao invés disso, falar que a evolução é a mudança das freqüências alélicas sem mencionar o nível destas mudanças (acima ou abaixo do nível de espécie). Aqueles que o faziam estavam trabalhando geralmente dentro das tradições do continente europeu (como Dobzhansky, Mayr, Rensch, Goldschmidt and Schindewolf) e aqueles que não o faziam estavam trabalhando geralmente dentro da tradição anglo-americana (como John Maynard Smith e Richard Dawkins). Conseqüentemente, o termo é algumas vezes erroneamente usado como teste de pH se o escritor é propriamente dito um neo-Darwinista ou não (Eldredge, 1995: 126-127).



O termo tem sido reavivado por diversos autores, como Stephen Jay Gould and Niles Eldredge, autores da Teoria do Equilíbrio Pontuado (veja Macroevolutionay Dynamics, de Eldredge, 1992), mas existe a tendência nestes autores de reverter à visão ortogenética que algo além dos processos intra-específicos está causando macroevolução, embora eles não reconheçam como verdadeira a visão ortogenética de que a evolução progride em qualquer lugar.



Conclusão


Não há diferença entre micro e macroevolução, exceto que os genes entre as espécies geralmente divergem, enquanto genes dentro das espécies usualmente combinam. O mesmo processo que causa evolução intra-específica é responsável por evolução inter-específica, exceto que o processo que causa especiação incluem coisas que não podem acontecer a grupos inferiores, como a evolução ou diferenciação no sistema sexual (porque, por definição, se os organismos não podem procriar, são de espécies diferentes).



A idéia que a origem de taxa elevados, como gêneros (caninos verso felinos, por exemplo), requer algo especial, é baseada no entendimento errado dos caminhos da origem de cada novo filo (linhagens). As duas espécies que são a origem de caninos e felinos provavelmente diferiram muito pouco de seus ancestrais comuns. Mas uma vez que foram isoladas reprodutivamente uma da outra, elas desenvolveram mais e mais diferenças que compartilhavam, mas outras linhagens não. Isto é verdadeiro para todas as linhagens anteriores à primeira célula eucariótica. Igualmente, as mudanças na explosão do Cambriano eram desta forma, embora alguns (por exemplo, Gould, 1989) pensavam que os genomas (estrutura gênica) destes antigos animais não seriam firmemente regulados como os animais modernos, e por conseguinte, teriam maior liberdade para mudanças.



Referências:

Alexandrov, DA (1994). Filipchenko and Dobzhansky: Issues in Evolutionary Genetics in the 1920s. In The Evolution of Theodosius Dobzhansky. ed. MB Adams, Princeton University Press.

Bowler, PJ (1983). The Eclipse of Darwinism. Johns Hopkins University Press

Burian, RM (1994). Dobzhansky on Evolutionary Dynamics: Some Questions about His Russian Background. In The Evolution of Theodosius Dobzhansky. ed. MB Adams, Princeton University Press.

Dobzhansky, T (1937). Genetics and the Origin of Species. Columbia University Press.

Eldredge, N (1992). Macroevolutionary Dynamics: Species, Niches and Adaptive Peaks. McGraw-Hill.

Eldredge, N (1995). Reinventing Darwin: The Great Evolutionary Debate, Weidenfeld and Nicholson.

Goldschmidt, R (1940). The Material Basis of Evolution. Yale University Press.

Gould, SJ (1989). Wonderful Life: The Burgess Shale and the Nature of History. Norton.


Traduzido por Karine Kavalco, MSc.

Texto original
Traduzido e publicado sob licença de Talk Origin

Como citar esse documentoMuitas pessoas perguntaram como citar esse trabalho em artigos formais e acadêmicos. Esse trabalho é uma publicação online, publicada originalmente pelo arquivo do Talk.Origins, e em sua versão em português no Projeto Evoluindo. Há procedimentos acadêmicos padrão para citação de publicações online. As informações para referenciar o texto original encontram-se aqui.

Wilkins, J. (2004) O que é Macroevolução? Projeto Evoluindo - Biociência.org. Trad.: Karine Frehner Kavalco. [http://www.evoluindo.biociencia.org/macroevolution.htm]
O ano em que me queiras
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Uma proposta de se evitar números neste texto parece esbarrar em algum sinal de impossibilidade. De qualquer forma, tentando ser o menos cansativo possível, vamos direto ao imperador Constantino que, desde o Primeiro Concílio de Niceia, em 325, aderiu às ideias do cristianismo, depois imposto à força ao povo romano, que seria a religião predominante na Europa pelos sombrios séculos seguintes, como hoje sabemos. Mas Constantino não podia saber disso. Não podia saber que aqueles territórios ao norte se chamariam Europa. Que os cristãos do futuro viriam a perseguir os não-cristãos. Que depois de mil anos isso tudo também passaria. Constantino não sabia que estava no ano 325.

Nosso calendário é uma herança de Dionísio, um monge cita, supostamente conhecedor de astronomia e matemática, que vasculhou a história da civilização romana desde a data de sua fundação e estabeleceu a contagem dos anos a partir do nascimento de Cristo, que ele fixou, em 525, no ano 1. Mas Dionísio, dito o Humilde, não considerou um período de quatro anos durante os quais o imperador Augusto governara com seu nome verdadeiro, Otávio. Por isso errou na conta. Seu calendário foi revisto pelo Papa Gregório 13, dez séculos depois, e… confirmado. O erro tornou-se oficial a partir de então. Esse, portanto, é o calendário gregoriano, que usamos hoje e que contradiz o que atestam os historiadores, comparando registros e eventos datados: Jesus nasceu antes de Cristo.

O mesmo Gregório foi quem proibiu o livro de Copérnico (De revolutionibus orbium coelestium), no qual se declara que a Terra gira em torno do Sol, não o contrário. Mas como há um limite para o poder autoinstituído pelas autoridades clericais, o Papa pôde oficializar um calendário, mas não pôde impedir o planeta Terra de obedecer a Copérnico. Mas isso já é outra história – a Terra continua girando em torno do Sol e, aos poucos, vai dando um jeito nisso tudo.

Antes de todos esses cálculos, meio confiáveis, meio arbitrários, e dos equívocos e desmandos dos sábios eclesiásticos, usava-se o calendário juliano, sucessor do chamado calendário romano. Os romanos tinham dificuldades em identificar as mudanças das estações do ano – nós, brasileiros, sabemos bem como é isso. Assim, não era consenso estabelecer as datas de plantio, entre outras necessidades. Júlio César então pediu à sua namorada, Cleópatra, que emprestasse a folhinha usada lá na sua terra e que funcionava muito bem. Pronto, aí está Roma de calendário novo, agora sim – e o mês quintilis passou a se chamar julius, em homenagem a esse célebre tirano. Os egípcios, que foram os primeiros a se orientar pelo Sol para calcular o tempo, tinham como base as enchentes do rio Nilo, que chegavam todos os anos no mesmo dia, pois no norte da África não há correntes de ar úmido que desregulem tais ciclos. Quanto a Cleópatra, esta sabia explorar sempre em seu favor as diferentes correntes da vida. Júlio César era seu amante. O Nilo era seu relógio.

Sabemos que os árabes contam os anos a partir da Hégira, o episódio da fuga de Maomé para Yatrib (hoje Medina) em 622, e que os chineses, mantendo o mais antigo calendário ainda em uso, com bichos para a identificação de cada ano e para apadrinhar cada pessoa, adotaram, em nosso 1912, a datação ocidental para facilitar as relações comerciais. Outros povos têm outras datas, outras lendas, outras festas. De qualquer forma, cada cultura tem sua convenção, seu início e final de ano, seus eventos característicos, enquanto a Terra gira para todos nós à mesma velocidade.

Bem, mas afinal quando foi que este planeta começou a girar? Lá vamos nós de novo: tomando por referência o calendário cristão, o arcebispo irlandês James Ussher, em seu estudo baseado no Livro do Gênesis e na duração da vida dos descendentes de Adão, calculou nada menos que a data da criação do mundo. O ano, 4004 a.C. Tudo começou num domingo, 27 de outubro, às nove da manhã, segundo ele. Sim, isso é que é precisão matemática, sem dúvida, embora algumas versões apontem para o 23 de outubro, às 15:30h. Mas não era bem um domingo de sol, se é que o pudéssemos ter visualizado assim. Ainda não havia o Sol.

Essa talvez tenha sido a mais curiosa trapalhada envolvendo calendários e datações. Poderíamos fazer coleções delas – se nossa paciência assim o permitisse, em nosso breve tempo de vida. Enquanto isso, o nosso velho amigo tiranossauro, extinto há 65 milhões de anos (aliás, 65,5: esse meio significa quinhentos mil anos, vamos admitir, não é qualquer coisa), parece rir na nossa cara, com sua bocarra cheia de dentes fossilizados, indiferente às nossas crenças e tábuas e contas. Também, de um animal primitivo assim, o que poderíamos esperar?

domingo, 6 de fevereiro de 2011

INSCRIÇÕES ABERTAS para o Messias:
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Se algum cristão quiser inscrever Jesus como Messias, é só provar que estas profecias qualificativas foram cumpridas.

Qualificações para o Messias:

As qualificações são os pré-requisitos que necessariamente deverá ter o Messias, não sendo limitado somente a estas, mas incluindo as seguintes:

A – Descendente do Rei David através de Salomão

O Messias será um descendente biológico do Rei David através de seu filho Salomão que foi sucessor ao trono, o qual construiu o Templo Sagrado em Jerusalém. (veja I Reis 8:15-20; I Cron 17:11-15, 22:9-10, 28:3-7):

B – Líder Espiritual e Político/Militar em Israel

O Messias terá um profundo conhecimento da Torah, será uma autoridade que influenciará todo Israel para seguir a Palavra de H-shem, num ambiente criado por sua liderança espiritual. Também derrotará e conquistará os inimigos de Israel. Com sendo mortal, um ser humano de carne e osso, habitante de um mundo cheio de exigências militares e alinhamentos políticos, terá que lidar com essas realidades e sairá vitorioso, sua liderança política será reconhecida em todo mundo.(veja Isaías 2:3, 11:2, Dan. 7:14)

C – Será casado e terá filhos

Embora não sejam declarados o casamento e os filhos como pré-requisitos para o Messias, há uma clara indicação de que o Príncipe que é o Rei Messias (veja em Ezeq. 34:23-24, 37:24), durante a era messiânica terá filhos (por matrimonio), onde receberão uma porção na herança. (Ezeq. 46:16-17)

Acontecimentos e Realizações

Alguns cumprimentos significativos deverão ocorrer antes, durante e no término da era messiânica, não sendo necessariamente limitado aos itens abaixo, porém devem incluí-los:
Continua...
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continuação...
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A – Vinda de Elias, o profeta.

O profeta Elias, aquele que foi levado numa carruagem de fogo (II Reis 2:11), procederá ao Messias e "preparará o caminho" para sua manifestação, anunciando o inicio da era messiânica, onde o mundo passará por algumas transformações. (Veja Malaquias 3:23[4:5])

O profeta Elias, aquele que foi levado numa carruagem de fogo (II Reis 2:11), procederá ao Messias e "preparará o caminho" para sua manifestação, anunciando o inicio da era messiânica, onde o mundo passará por algumas transformações. (Veja Malaquias 3:23[4:5])

B – Construção do Terceiro Templo em Jerusalém

A presença do terceiro Templo é talvez a descrição mais detalhada e vivida na era messiânica, como podemos ver na Bíblia Hebraica em Ezequiel 37:26-28 e posteriormente nos capítulos 40 a 48, onde o Profeta faz uma descrição detalhada do Terceiro Templo e dos rituais dentro do mesmo.

C – Agrupamento da Casa de Jacó dentre as nações para Israel.

O Messias congregará a Casa de Jacó, removendo o Exílio e os trará para a Terra prometida de Israel em preparação para a restauração do cisma que ocorreu depois do reinado de Salomão. (veja Isaias 11:12, 43:5-6; Jer. 16:15, 23:3, 33:7; Ezeq. 37:21-22; Zac. 10:6-10).

D – Reunificação de Judá e Israel num só povo.

Outra realização que ocorrerá com a presença do Messias será o retorno de Judá e de Israel, fazendo deles um só povo; uma única nação, como nos tempos do Rei David. (Ezeq. 37:22).

E – Paz Mundial

O Messias será reconhecido como justo juiz e pacificador, e na era messiânica, serão resolvidas as disputas entre os paises através de métodos pacíficos e não por guerra. (Isaías 2:4).

F – Conhecimento Universal de D-us

Haverá um conhecimento de D-us, de Seu poder, de Seus atributos em toda terra, como as águas cobrem o mar, cessando a destruição e a violência. (Isaias 11: 9; Jer. 31:34)
Continua...
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Final.
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G – Ressurreição dos Mortos

Analisemos três classificações de mundo:

a - Nossa realidade atual (Olam Hazê).

b - A Era de Mashiach (Yemot Hamashiach)

c - O Mundo Vindouro (Olam Habá).

O primeiro é o mundo que atualmente vivemos, alheio ao conhecimento e temor de D-us, repleto de violências, injustiças e guerras. Breve, entraremos na era messiânica, que é esse mesmo mundo nosso, porém com a manifestação do poder de Hashem, não havendo a corrupção dos homens, onde haverá acontecimentos e realizações que elevará a raça humana ao pico de seu potencial natural. Mas ainda a morte continuará existindo, como um fenômeno natural do fim do físico (ex. Is. 65:20), contudo a era messiânica será uma preparação para o Olam Habá (Mundo Vindouro), onde nessa transição haverá a ressurreição dos mortos, sendo que os justos viverão e estarão no Mundo Vindouro, um mundo conforme o propósito inicial de D-us (lembrar Gan Edem (jardim do Édem)) (veja Isaias 26:19; Dn. 12:2).

*Retirado de site Judaico.

Shalama.

Cogitando...

Fonte: IVOAV
Kopher
Só um comentário...
Na opinião dos estudiosos, o que se deu foi o contrário: os evangelistas bíblicos transformaram as profecias veterotestamentárias em narrativas para dar um fundo estórico lenda de Jesus. Eis as palavras de Borg e Crossan:

A Bíblia Judaica era a escritura sagrada dos primeiros cristãos e muitos deles a conheciam bem, alguns por ouvi-la oralmente, outros por serem capazes de lê-la. Assim, enquanto contavam a história de Jesus, eles usavam linguagem da Bíblia judaica para fazê-lo.
Essa prática produziu o que chamamos de “profecia historicizada”. Uma narrativa do passado (neste caso, da Bíblia judaica) é “historicizada” ao ser usada em uma narrativa subseqüente (os evangelhos e o Novo Testamento). “Historicizar” aqui não torna algo histórico ou historicamente factual. Simplesmente significa usar uma passagem antiga em uma história mais nova na tentativa de ligar essa história mais nova à tradição anterior e lhe dar — credibilidade
Para ilustrar o processo, usamos dois exemplos de Mateus, o mestre da profecia “historicizada’ Em sua história sobre a infância de Jesus, Este e sua família voltavam do Egito depois de terem fugido para lá escapando à perseguição de Herodes. Mateus disse que a volta deles cumpriu uma passagem do profeta Oséias: “Do Egito chamei meu filho (11:1).” Em Oséias, essa passagem refere-se ao êxodo. Fala do amor de Deus por Israel e as coisas que Deus fez por ele, em especial a libertação durante o êxodo — Deus está “chamando seu filho”, Israel, “do Egito”. Mateus pegou essa passagem e disse que ela referia-se a Deus chamando seu “filho” — Jesus — do Egito. Isso foi uma profecia historicizada: usar uma passagem do Velho Testamento para narrar uma história posterior.
Kopher
Em um segundo exemplo, Mateus conta a história do suicídio de Judas, perto do fim de seu evangelho; ele “historiciza” uma passagem dos profetas ligando-a ao preço da traição de Jesus: trinta moedas de prata. Em 27:9, Mateus ecoa uma passagem de Zacarias 11:13 (erradamente atribuída a Jeremias), que se refere a trinta shekels de prata sendo devolvidos ao tesouro do templo.
Algumas vezes é difícil discernir se a “profecia historicizada” está sendo usada para comentar algo que aconteceu ou se está sendo usada para gerar uma narrativa ou um detalhe em uma narrativa. Mas esse discernimento não é nossa preocupação atual. O ponto a enfatizar é o uso de passagens da Bíblia judaica ao narrar a história de Jesus e sua influência sobre a estrutura interpretativa do narrador.

BORG, M. J.; CROSSAN, J. D. The First Christmas: What the gospels really teach about Jesus's birth. San Francisco: HarperOne, 2007. pp.185-186.
VΔ╙ĐΔ€ľГ ¬¬'
Conclusão:
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A religião Cristã então se resume em MAQUIAGEM BÍBLICA? É isto?

Shalama.

Cogitando...

Fonte: IVOAV